“Neste momento, já conseguimos analisar alguns dados que dão resposta à nossa pergunta de partida: «O que condiciona negativamente a inclusão social de pessoas com deficiência?». Com este estudo podemos refletir sobre as acessibilidades existentes a nível nacional e podemos concluir que, neste momento, a maioria das pessoas com deficiência ou algum tipo de incapacidade sente que as acessibilidades que existem atualmente não dão resposta às suas verdadeiras necessidades”, explica Joaquim Brites, presidente da APN, citado no comunicado de imprensa.
E acrescenta: “Um fator que nos preocupa é que mais de 40 por cento dos inquiridos, mediante a sua experiência pessoal, não sentem recetividade por parte das empresas para a contratação de pessoas com deficiência e incapacidade. Outro aspeto que merece a nossa maior atenção é o facto de mais de 50 por cento referir que a sua entidade patronal não está devidamente adaptada às suas necessidades”.
Mais de metade dos inquiridos (56.1%) veem problemas no acesso à informação sobre os seus direitos; 60.1% dizem que as respostas sociais existentes não se adequam às diferentes fases da sua vida ou evolução da doença e também a maioria considera existir uma menor proteção social na área dos apoios financeiros.
Quanto aos transportes públicos, 70.3% dos participantes revelam que existe grande dificuldade de acesso, sendo que 50.7% já apresentaram alguma reclamação ou sugestão para melhorar a situação, mas a maioria não resultou em alterações.
Para 84.5%, os estacionamentos para pessoas com mobilidade reduzida não são devidamente utilizados.
A preocupação com as questões das acessibilidades condiciona a participação social de cerca de 64.9% dos inquiridos. Quando questionados sobre as acessibilidades existentes, 75% referiram que estas não dão resposta às suas reais necessidades.
O estudo «“Desprende-Te!”», uma investigação na área da inclusão, contou com o apoio do Programa de Financiamento a Projetos do INR, I.P. de 2021. Este projeto visa conhecer e identificar os principais fatores condicionantes à inclusão de pessoas com deficiência e incapacidade, definindo posteriormente as áreas prioritárias de intervenção para a mitigação destes aspetos.
Mais informações em www.apn.pt.
PR/HN/Rita Antunes
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