“Temos dois anos de infeção. Isso já nos permite perceber que a infeção tem uma característica sazonal. Na realidade, tivemos duas ondas no primeiro ano, a de inverno e de verão, e tivemos duas ondas neste ano. Agora irá começar a onda do inverno do próximo ano”, adiantou o presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).
Segundo o médico e um dos peritos que hoje intervém na reunião no Infarmed de avaliação da situação da epidemia em Portugal, o vírus continua a circular com um “caráter de sazonalidade” no inverno, por ser um período típico das doenças respiratórias, mas também no verão, devido à grande mobilidade nessa altura do ano.
Apesar disso, Henrique Barros salientou que, no próximo inverno, a pandemia “não atingirá nunca” a situação registada no início deste ano, mesmo sendo previsível que aumentem significativamente as infeções respiratórias, “das quais uma proporção relativamente pequena será de covid-19”.
“Existe uma relação clara entre as infeções nos vários países e a proporção de vacinados. Por isso é que Portugal, no conjunto dos países europeus, é dos que tem menos casos e menos mortes”, adiantou o especialista, para quem a previsível duplicação do número de infeções não significa que “dobre o número de casos internados”.
De acordo com presidente do Conselho Nacional de Saúde, “vale a pena manter algumas medidas de precaução”, considerando que a “regra de ouro” é não sair de casa com sintomas de Covid-19.
“Penso que uma medida equilibrada é, com sintomas, nunca saia de casa. Esta é primeira e a regra de ouro”, avançou o especialista, ao defender ainda a higienização das mãos e o uso da máscara em espaços fechados e de maior risco de contágio.
Em declarações à Lusa, Henrique Barros adiantou ainda que se está a “caminhar para uma situação de endemia”, apesar de haver ainda “muita gente suscetível” de contrair a infeção pelo novo coronavírus.
“Estamos a caminhar para uma situação de endemia. A infeção não vai desaparecer, vai ficar seguramente. Seria totalmente inesperado que isso não acontecesse, mas ainda estamos muito perto da epidemia para haver uma separação clara”, disse o especialista.
LUSA/HN
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