No Iraque, a maioria da população continua cética em relação às vacinas, pelo que apenas cerca de sete milhões de pessoas, o que corresponde a 17% da população estimada de 40 milhões de iraquianos, foram inoculadas com uma ou duas doses, segundo os números mais recentes do Ministério da Saúde do país.
O sistema de saúde, fragilizado por anos de corrupção, conflitos e negligência, luta para fazer face à crescente epidemia.
Numa declaração emitida hoje, o Ministério da Saúde anunciou “a chegada de um novo carregamento de vacinas anticoagulantes da Pfizer, através do Programa Covax e da Unicef” (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que inclui mais de 1,2 milhões de doses.
A iniciativa Covax é uma parceria público-privada entre a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Vaccine Alliance (Gavi) e a Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (Cepi) para ajudar os países mais pobres a ter acesso à vacina.
Na quinta-feira, durante uma entrevista à televisão estatal, o porta-voz do Ministério da Saúde, Saif al-Badr, alertou que “o Iraque ainda enfrenta o perigo da pandemia do coronavírus”.
“Estamos à espera de entrar numa quarta vaga, e que pode ser com uma nova variante”, acrescentou.
Mais de dois milhões de pessoas foram infetadas e 23.628 morreram no Iraque desde o início da pandemia, de acordo com números oficiais.
Contudo, o elevado nível de desconfiança em relação às instituições e a circulação de informações falsas têm incapacitado o Governo de mitigar o ceticismo geral em relação à vacina e às medidas de prevenção, apesar de ter havido um aumento do número de pessoas a recorrer aos centros de vacinação.
Dois incêndios em unidades dedicadas à covid-19 de um hospital em Bagdade, em abril (que fez mais de 80 mortos) e em Nassiriya, em julho (com 60 mortos), ilustraram a desordem do sistema hospitalar e alimentaram a raiva da população.
No dia a dia, medidas de prevenção como o uso de máscara e o distanciamento físico são muito pouco respeitados pelos iraquianos.
LUA/NR/HN
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