“O Serviço Regional de Saúde é demasiado partidarizado, opressivo e opaco”, declarou o deputado socialista Élvio Jesus, numa intervenção política, no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal.
No entender deste parlamentar do maior partido da oposição (ocupa 19 dos 47 lugares no hemiciclo), “com os recursos afetos, o SRS devia fazer mais e melhor”.
“Para isso, devia ser mais transparente, participativo e ter melhor gestão”, acrescentou.
Élvio Jesus complementou que o serviço está marcado pelo “‘hospitalocentrismo’ e megalomania”, “não oferece excelência e segurança porque não se centra nas pessoas”, apontando que, enquanto “não mudar de foco”, os resultados vão ficar “muito aquém do desejado”.
O deputado socialista mencionou o problema das “longas e demoradas listas de espera”, “a falta de respostas adequadas”, o “retrocesso nos cuidados continuados de curta e média duração”, a “crónica pobreza de resposta na saúde mental” e a “ineficiência e ineficácia” do SRS, entre outros.
Rubina Leal (PSD) considerou que estas críticas representavam “um desrespeito” pelo trabalho e empenho dos profissionais da saúde na Madeira, recordando que o SRS tem sido reconhecido com prémios em diversas áreas.
A também deputada social-democrata Conceição Pereira, médica de profissão, salientou que o combate à pandemia é a prioridade nesta altura, assegurando que, “embora não esteja tudo bem, muito tem sido feito” na área da saúde.
Numa outra intervenção no período de antes da ordem do dia, o líder da bancada do CDS-PP afirmou que os próximos tempos “são verdadeiramente desafiantes”, devido aos condicionamentos provocados pela pandemia da Covid-19 e à crise política nacional, o que “pode influenciar negativamente a região”.
António Lopes da Fonseca salientou que o Orçamento Regional para 2022, a ser discutido entre os dias 13 e 16 de dezembro no parlamento madeirense, tem “boas notícias”, destacando que, “pela primeira vez, todos os escalões terão um benefício direto por via do diferencial fiscal”.
No que diz respeito a medidas sociais, entre outras medidas, preconiza a expansão da rede de cuidados continuados (9ME) e a redução dos passes sociais (8ME), destacou.
Mas, no entender de Lopes da Fonseca, também “pairam nuvens negras” sobre este orçamento, que “não é melhor porque faltou a solidariedade do Estado, devido à crise nacional e incumprimento dos compromissos por parte da República”, porque de Lisboa “veio pouca ou nenhuma solidariedade em tempos de pandemia”.
Os deputados madeirense debateram hoje uma proposta do PS que recomenda a consolidação das escarpas sobranceiras nos acessos às fajãs das Galinhas e de Câmara de Lobos, na zona oeste da Madeira.
A socialista Elisa Seixas censurou a atitude de “inércia” das autoridades municipais e regionais em relação a este problema, “que se arrasta há vários anos”, considerando que esta intervenção é necessária para “garantir a segurança das vias públicas”, “proteger as pessoas e melhorar a qualidade de vida” dos residentes destas zonas.
A parlamentar do PS sublinhou que “chega de adiar o problema, sendo a altura de intervir”, e mencionou que esta atuação “representa investimento considerável” para o qual deve ser encontrado um financiamento europeu.
Os trabalhos ficaram marcados pela ausência do deputado único do PCP, Ricardo Lume, que está em isolamento profilático porque esteve em contacto com um caso positivo de infeção por SARS-CoV-2, informou o presidente da ALM, propondo a alteração da ordem de trabalhos e adiamento das propostas da autoria do parlamentar comunista.
LUSA/HN
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