“Ou há contratação de mais enfermeiros para reforçar os centros de saúde ou aqueles que existem não vão conseguir assegurar” atividades assistência “covid e não covid”, afirmou à agência Lusa Celso Silva, da Direção Regional do Alentejo do SEP.
O dirigente sindical falava a propósito de uma carta enviada ao conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) a alertar para “o comprometimento da atividade assistencial não covid-19 nos centros de saúde do distrito”.
Em comunicado, o sindicato argumentou que os enfermeiros, além da atividade assistencial não Covid-19, estão a assegurar o agendamento de utentes para vacinar contra a doença causada pelo SARS-CoV-2 e o funcionamento dos centros de vacinação em regime de ‘drive-through’ (realizar o teste sem sair do automóvel).
Para os enfermeiros, “não é possível continuar a trabalhar desta forma. São poucos para tanta solicitação e estão exaustos, com prejuízo de uma prestação de cuidados de qualidade e em segurança”, sublinhou o SEP.
Nas declarações à Lusa, o dirigente sindical Celso Silva realçou que “o número de enfermeiros” adstrito aos centros de saúde do distrito de Portalegre “não aumentou”, apesar de estar em curso “a vacinação da terceira dose” contra a Covid-19.
O número de enfermeiros “já vinha com défice”, o que significa que estes profissionais, como “são os mesmos”, para “assegurarem a vacinação, não conseguem ao mesmo tempo continuar a atividade assistencial não covid-19 nos centros de saúde”, disse.
“As pessoas estão num sítio ou estão noutro”, vincou o sindicalista.
Aludindo a “relatos de alguns colegas”, Celso Silva advertiu que “a assistência não covid-19 está a ser um problema” em Portalegre, pois “não são feitos agendamentos que deveriam ser feitos” e “a prestação de cuidados fica comprometida”.
“A vacinação é importante, mas também são importantes os outros cuidados e, então, só vemos uma solução, que é a contratação de mais enfermeiros”, insistiu, alertando que, caso não sejam feitas novas contratações, “alguma coisa vai falhar”.
Questionado pela Lusa sobre quantos destes profissionais estão em falta no distrito de Portalegre, o dirigente do SEP baseou-se num estudo recente do sindicato que aponta que a região carece de “150 enfermeiros” para cumprir o “regulamento das dotações seguras da Ordem”.
“É um número elevado, mas também não quer dizer que a ULSNA tivesse que contratar os 150 enfermeiros de uma vez”, pois podia fazer “uma contratação faseada” que “chegasse às 150 contratações no mais curto espaço de tempo possível”, defendeu.
A Lusa tentou obter uma resposta da ULSNA, mas o porta-voz da unidade, Ilídio Pinto Cardoso, remeteu para mais tarde uma declaração.
LUSA/HN
0 Comments