Restaurantes do Porto vivem dia “normal” no regresso ao estado de calamidade

1 de Dezembro 2021

Os restaurantes do Porto estão a viver um dia “normal” no regresso ao estado de calamidade, com a maioria dos clientes a apresentar o certificado digital, num esforço apenas interrompido por aqueles que não o conseguiram descarregar na hora.

De telemóvel na mão, em filas pequenas e, numa ou noutra situação, surpreendidos por o ‘site’ da Direção-Geral da Saúde não permitir descarregar o certificado digital, entrar hoje num restaurante apenas diferiu nos minutos necessários para exibir o certificado, assim mandam as regras emanadas do último Conselho de Ministros.

Amândio Fontes, gerente do restaurante Capa Negra foi perentório na conversa com a Lusa: “Não sentimos diferença nenhuma, porque 90% [das pessoas] estão vacinadas. As pessoas logo que chegam mostram o certificado e não estamos a sentir diferença absolutamente nenhuma. Estamos a trabalhar normalmente”.

Ao lado, assim que os clientes entravam no restaurante, um funcionário abordava-os para pedir o certificado digital, numa verificação feita através do telemóvel e tão rápida que nem havia tempo para se gerarem filas.

“Se reparar entram todos já com o telemóvel na mão para mostrar os certificados”, assinalou Amândio Fontes.

Lá dentro, cerca das 12:30, as pessoas que almoçavam preenchiam meia casa.

“Já temos algumas reservas para durante o mês. Sinceramente, acho que as medidas tomadas não nos vão afetar em termos de restauração (…) isto, para as pessoas, já é um quase normal usar máscara”, rematou.

Na Praça dos Poveiros, Paulo Miranda, proprietário do restaurante Trigo de Cantes, transmitiu a mesma sensação, a de que “tudo corre dentro da normalidade, porque as pessoas estão preparadas para isso (…) e apresentam-se com o seu certificado”.

O controlo, explicou, começa com a “porta fechada”, sendo que após as pessoas entrarem é-lhes “pedido o certificado”. Também aqui metade das mesas estavam ocupadas num princípio de tarde chuvoso na cidade do Porto.

Neste cenário, relatou ter “imensas reservas” para os próximos dias, revelando que “para a próxima semana são mais de 150 reservas”.

“Posso me dar por feliz”, disse.

Poucos metros ao lado, Rui Pereira, gerente e proprietário do Restaurante Santiago da Praça, não tinha mãos a medir face à fila que começava na rua, situação logo explicada pela “nova realidade”.

“O que nos temos apercebido é que a afluência tem sido normal. Temos é o constrangimento de ter de pedir o certificado de vacinação válido ou de teste negativo às pessoas, o que demora mais a entrada, ficando as pessoas mais perto umas das outras enquanto esperam”, explicou à Lusa.

Junto ao computador, na entrada do restaurante, Rui Pereira recebe os clientes a quem pede para mostrarem o certificado de vacinação, conferindo “a validade e o nome das pessoas” antes de se sentarem em mesas intervaladas por separadores opacos.

“Hoje deparámo-nos com um problema que foi o facto de muita gente fazer a ‘descarga’ do certificado, no momento, através da aplicação ou do ‘site’ da DGS”, sendo que “grande parte delas verificou que o ‘site’ não estava a dar resposta”, revelou o responsável.

A Covid-19 provocou pelo menos 5.214.847 mortes em todo o mundo, entre mais de 262,26 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.458 pessoas e foram contabilizados 1.151.919 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o “elevado número de mutações” pode implicar uma maior infecciosidade.

LUSA/HN

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