Vacina da Janssen retirada na Eslovénia após confirmada associação a uma morte

1 de Dezembro 2021

A Eslovénia descartou em definitivo a administração da vacina da Janssen contra a Covid-19 após especialistas terem confirmado a ligação desta vacina à morte de uma mulher de 20 anos por coágulos sanguíneos, divulgou esta terça-feira o Governo.

O ministro da Saúde esloveno, Janez Poklukar, revelou que um painel de especialistas confirmou que a jovem morreu, dias depois de ter tomado a vacina, devido a uma trombocitopenia imune, causada pela destruição autoimune das plaquetas, um efeito secundário raro associado a esta vacina.

Após a morte da mulher em setembro, a Eslovénia já tinha suspendido a utilização desta vacina desenvolvida pelo laboratório norte-americano Johnson & Johnson, que é de toma única, noticia a agência AFP.

“A suspensão temporária da vacinação com a Janssen, atualmente em vigor, vai tornar-se permanente”, revelou o ministro em conferência de imprensa após a divulgação dos dados.

Já a aplicação da fórmula desenvolvida pela AstraZeneca, que utiliza a mesma tecnologia de adenovírus da Johnson & Johnson e que foi considerada responsável por alguns casos raros de trombose devido a coágulos sanguíneos, irá “provavelmente” ser interrompida, salientou o líder do grupo de especialistas que assessoria o Governo esloveno sobre a vacinação.

Mais de 16 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson já foram administradas na União Europeia (UE) até ao final de outubro.

Foram também confirmadas seis mortes relacionadas com esta vacina, segundo as autoridades eslovenas.

Desde setembro que milhares de manifestantes se juntam regularmente na Eslovénia em protesto contra as restrições e medidas do Governo para tornar a vacinação obrigatória.

O país com cerca de dois milhões de habitantes tem uma taxa de vacinação de apenas 54%, abaixo da média de 68% na UE.

A Covid-19 provocou pelo menos 5.206.370 mortes em todo o mundo, entre mais de 261,49 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul.

LUSA/HN

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