“A variante Ómicron está a atingir mais países em África e os casos semanais de covid-19 no continente dispararam 93%, mas há sinais de esperança, já que os números preliminares apontam para a manutenção de poucas hospitalizações na África do Sul”, lê-se num comunicado hoje divulgado.
A organização adiantou que “a investigação está a ser intensificada para determinar se a variante Ómicron está a aumentar o número de casos em África”, salientando que houve mais 107 mil casos na semana que terminou a 5 de dezembro, o que compara com os 55 mil na semana anterior.
“Cinco países representaram 86% dos casos da última semana, com a África Austral a registar a maior subida, de 140%, principalmente motivada pela subida na África do Sul”, acrescenta-se no comunicado.
Ainda assim, a OMS sublinha que o aumento de casos não parece ter uma correspondência no número de hospitalizações, o que deixa antever que apesar de muito contagiosa, a variante Ómicron não é mais perigosa que as anteriores.
“Os dados que estamos a receber da África do Sul indicam que a Ómicron pode causar uma doença menos severa”, já que o número de hospitalizações está nos 6,3%, “o que é muito baixo comparado com o mesmo período, quando o país enfrentava o pico da variante Delta, em julho”, diz a OMS.
O continente africano representa 46% dos quase mil casos de Ómicron registados por 57 países em várias regiões do mundo, 10 dos quais são africanos.
“Com a Ómicron presente em quase 60 países a nível mundial, as proibições de viagens sobre África são difíceis de justificar; através dos diligentes esforços de vigilância dos cientistas africanos, a nova variante foi detetada neste continente, mas não é claro se a transmissão estava a dar-se de forma silenciosa noutras regiões”, disse a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti.
“Pedimos que as medidas de saúde pública para conter a covid-19 tenham uma base científico; as restrições às viagens surgem no pico da época turística do final do ano, arrasando as economias de África, com um impacto em cascata que é potencialmente devastador para a saúde dos africanos”, concluiu.
LUSA/HN
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