Variante Ómicron leva Governo britânico a acionar plano B

9 de Dezembro 2021

O Governo britânico vai acionar o “plano B” para tentar controlar o avanço da variante Ómicron, introduzindo a recomendação para o teletrabalho e o uso de passes sanitários em discotecas e grandes eventos, anunciou o primeiro-ministro, Boris Johnson.

O chefe do Governo disse numa conferência de imprensa ser “proporcional e responsável passar para o Plano B” perante o avanço da nova variante do vírus SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19, cujos dados mostram que o número de casos está a duplicar cada dois a três dias.

As medidas aplicam-se a Inglaterra, enquanto as regras na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, que têm sido mais apertadas, são da responsabilidade dos respetivos governos autónomos.

O Reino Unido registou ontem 161 mortes e 51.342 novos casos de Covid-19, dos quais 131 com a variante Ómicron.

Ao todo, o total de casos identificados com a nova variante do coronavírus é de 568, contra 32 há uma semana, tendo Johnson confirmado esta semana existirem “indícios de que é mais transmissível” do que a variante Delta.

“Sabemos que a lógica implacável do crescimento exponencial pode levar a um grande aumento das hospitalizações e, portanto, infelizmente, das mortes”, admitiu Johnson.

O deputado do Partido Conservador William Wrag avisou ontem no parlamento que a decisão de introduzir novas restrições poderia ser vista como uma “tática de diversão” para combater a polémica sobre uma alegada festa de Natal em Downing Street que terá violado as regras do confinamento da altura.

A história domina a agenda há uma semana, apesar de se referir a uma festa no ano passado, e ontem voltou a complicar-se devido à divulgação de um vídeo onde assessores do primeiro-ministro gracejam sobre uma alegada festa.

Nas redes sociais o anúncio de novas restrições está a ser descrito como “dead cat” [gato morto], o nome pelo qual é conhecida a estratégia de anunciar algo importante para tentar encobrir um assunto incómodo e controverso.

“A população britânica consegue ver a importância da informação médica que estamos a dar”, defendeu Boris Johnson.

Wragg disse também que “passes sanitários não vão aumentar a aceitação da vacina, mas criarão uma sociedade segregada”, mostrando que muitos do partido do Governo são contra esta medida.

LUSA/HN

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