A advertência surge quando o mundo enfrenta um novo aumento de casos impulsionados pela nova variante, que é mais contagiosa, a Ómicron.
Os funcionários da área da saúde na África do Sul, que anunciaram a nova variante, dizem que os dados iniciais indicam que esta causa doenças menos graves e estadias hospitalares mais curtas e menos intensivas.
Todavia, alguns países mais ricos, motivados pelo aparecimento desta nova variante, decidiram permitir doses de reforço da vacina como resposta.
Em contraste, menos de 8% da população africana recebeu as duas doses da vacina contra a Covid-19.
“Nunca conseguiremos sair disto se não trabalharmos juntos como um só mundo”, declarou a Presidente das Faculdades de Medicina da África do Sul, Flavia Senkubuge, durante o briefing da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Apenas 20 dos 54 países africanos vacinaram completamente pelo menos 10% da sua população contra a Covid-19, e 10 países vacinaram completamente menos de 2% da sua população.
O Diretor da OMS para África, Matshidiso Moeti, recuou contra qualquer sugestão de que as nações africanas estão a permitir que um grande número de doses de vacinas sejam desperdiçadas devido a infraestruturas deficientes e à hesitação face à vacinação.
O continente africano recebeu cerca de 434 milhões de doses de vacina, e cerca de 910.000 delas expiraram em 20 países, representando menos de um quarto de 1%, explicou Moeti.
O principal desafio em África continua a ser o acesso ao fornecimento de vacinas, concluiu Moeti.
A Covid-19 provocou pelo menos 5.304.397 mortes em todo o mundo, entre mais de 269 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 57 países de todos os continentes.
LUSA/HN
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