“No início de janeiro, vai passar a estar disponível, para aqueles que os pais entenderem e que os médicos entendam, a vacinação das crianças, conforme dissemos, após termos um avanço significativo na vacinação dos mais vulneráveis”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, citado numa nota de imprensa.
Questionado em 10 de dezembro sobre a vacinação de crianças contra a Covid-19, o secretário regional da Saúde disse que a prioridade do executivo açoriano era o processo de administração da dose de reforço à população mais vulnerável e que só depois de concluído seria tomada uma decisão.
“Concluído este processo, vamos reavaliar a situação, vamos perceber todo aquele que é o fundamento científico relativamente a esta matéria e vamos decidir. Não vale a pena decidirmos agora uma coisa que só seria praticável no início do ano”, adiantou, na altura.
“Enquanto não tivermos essa população [pessoas com mais de 65 anos] completamente vacinada, não passamos a outros níveis etários. É uma questão de responsabilidade e é uma questão de assumir aquilo que é prático. Não podemos estar aqui a dizer que vamos vacinar crianças, quando ainda não vacinámos os mais velhos”, acrescentou.
No continente português, a vacinação de crianças com menos de 12 anos arrancou no passado fim de semana, tendo sido inoculadas mais de 95 mil crianças entre os 9 e os 11 anos, segundo a Direção-Geral da Saúde.
Clélio Meneses disse também que o processo de vacinação contra a Covid-19 nos Açores “vai entrar num ritmo mais intenso a partir do mês de janeiro”.
“Em São Miguel volta a estar operacionalizado o processo no Pavilhão das Portas do Mar, de forma a que a dose de reforço seja aplicada ao maior número de pessoas possível. Neste momento, já nos estamos a aproximar das 30 mil pessoas com dose de reforço aplicada nos Açores”, adiantou.
Para além de profissionais de saúde, funcionários de lares de idosos e bombeiros e das pessoas com mais de 18 anos que receberam a vacina da Janssen, a dose de reforço contra a Covid-19 está disponível para pessoas com mais de 50 anos.
“Qualquer açoriano com 50 anos ou mais que não tenha sido ainda chamado para dose de reforço pode dirigir-se à respetiva unidade de saúde para, havendo oportunidade no momento, ser inoculada a vacina ou então agendar para ser inoculada a vacina”, acrescentou Clélio Meneses.
O secretário regional da Saúde voltou a apelar à vacinação, alegando que a maioria das pessoas que desenvolveram doença grave nos Açores não estavam vacinadas.
“É com a vacinação de pessoas que nos protegemos. Os casos de cuidados intensivos e óbitos são de pessoas não vacinadas. As situações dos internados são maioritariamente de não vacinados ou então que têm um conjunto de comorbilidades associadas intensas”, frisou.
Os Açores têm atualmente 396 casos ativos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 que provoca a doença Covid-19, dos quais 341 em São Miguel, 26 na Terceira, 15 em Santa Maria, quatro no Faial, quatro na Graciosa, três no Pico e três nas Flores.
Estão internados com Covid-19 na região 11 doentes, 10 no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel (dois em unidade de cuidados intensivos), e um no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira.
Segundo a Autoridade de Saúde Regional, até 07 de dezembro tinham vacinação completa contra a covid-19 nos Açores 197.309 pessoas (83,4%) e tinham recebido dose de reforço 27.316 pessoas.
LUSA/HN
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