Num comunicado, o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), que congrega os responsáveis pelo setor dos 27 estados, garantiram que irão vacinar as crianças sem que seja necessário apresentar a prescrição.
“Infelizmente, há quem considere natural que o coronavírus tire a vida deles, pequeninos, mas com as vacinas já vencemos a poliomielite, o sarampo e mais de 20 doenças que podem ser prevenidas. Por isso, em vez de dificultar, vamos facilitar a vacinação de todos os brasileiros”, lê-se num comunicado que o Conass publicou em forma de cartão de Natal e dirigido também às crianças.
A instituição sublinhou que a mensagem que pretende transmitir na véspera do Dia de Natal é a de que, quando começar a vacinação das crianças, os pais não terão de trazer nenhum documento médico que recomende a vacina e que todas serão imunizadas sem qualquer exigência.
As Secretarias de Saúde baseiam-se numa decisão tomada em 2020 pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro, que considerou que os governos regionais e municipais têm autonomia para definir as medidas mais convenientes de combate à pandemia.
Desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador da saúde) autorizou o uso da vacina do laboratório Pfizer em crianças entre os 05 e os 11 anos, a 16 deste mês, Bolsonaro, líder da extrema-direita brasileira, tem colocado obstáculos ao início da imunização.
O chefe de Estado brasileiro pediu ainda a divulgação dos nomes dos técnicos da Anvisa que autorizaram a vacinação de crianças para que sejam censurados publicamente.
Desde o início da pandemia, e segundo os dados oficiais, o Brasil, segundo país mais afetado só atrás dos Estados Unidos, acumulou mais de 2,2 milhões de infeções com covid-19, doença associada a mais de 618 mil mortes.
Segundo o mais recente balanço feito pela agência noticiosa France-Presse (AFP), divulgado quinta-feira, a covid-19 provocou mais de 5,37 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
NR/HN/LUSA
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