A partir de agora, e na sequência desta “união de esforços” entre os dois hospitais da esfera do Serviço Nacional de Saúde (SNS), as consultas de Nefrologia no hospital de Santarém passam a ser asseguradas mensalmente pelo quadro médico do CHMT nas instalações do HDS, em Santarém, com o objetivo de “evoluir gradualmente para consultas semanais”, disse à Lusa o presidente do Conselho de Administração (CA) do CHMT, que agrega as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas.
“O que trazemos aqui de novo com este protocolo é a criação de sinergias no âmbito do SNS entre unidades hospitalares da mesma região, que vem possibilitar aos doentes uma maior acessibilidade à consulta e permite potenciar o encaminhamento para tratamento em diálise nas unidades do CHMT, nomeadamente em Torres Novas, onde o serviço de Nefrologia é uma das atividades diferenciadoras da nossa atividade”, explicou Casimiro Ramos.
Estes tratamentos, notou o gestor hospitalar, podem incluir, entre outros, a “transplantação renal, a hemodiálise crónica, técnicas depurativas extracorpóreas e diálise peritoneal”, serviços que são disponibilizados no Serviço de Nefrologia do CHMT.
Neste sentido, acrescentou, “está também em preparação a realização de um protocolo no âmbito do serviço de Nefrologia por profissionais do CHMT no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria”, também no distrito de Santarém.
Com este acordo de parceria, cerca de uma centena de doentes renais crónicos do HDS, que tinham o seu acompanhamento assegurado até hoje através de um protocolo com o Hospital de Santa Maria/Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLUN), veem garantida através do CHMT uma “continuidade de cuidados de saúde diferenciados de excelência, numa lógica de proximidade” no âmbito de um trabalho de “complementaridade e racionalização de recursos do SNS”.
Em declarações à Lusa, a presidente da administração do HDS, Ana Infante, destacou a “otimização de recursos” em causa nesta iniciativa.
“A celebração deste protocolo, que espero seja o primeiro de muitos, representa a otimização dos recursos existentes no SNS, contribuindo para prestar cuidados de saúde de qualidade e proximidade à população que serve”, afirmou.
Segundo as entidades envolvidas no processo, a “relevância e racionalidade” do protocolo de cooperação “enquadra-se numa tendência nacional de crescimento anual da doença renal crónica avançada (de nível 5) superior à média dos países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico]”, apresentando Portugal “das taxas mais elevadas de incidência e prevalência na Europa”.
Os pilares do protocolo hoje assinado, que pretende “responder em tempo útil e de forma diferenciada às necessidades dos utentes do HDS”, assentam em “prevenir e tratar a patologia renal crónica o mais precocemente possível e oferecer aos utentes uma melhor acessibilidade a uma consulta de especialidade hospitalar numa lógica de proximidade”.
LUSA/HN
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