Mais de 80% dos adultos da UE estão totalmente vacinados mas Bruxelas pede mais

10 de Janeiro 2022

Mais de 80% da população adulta da União Europeia (UE) está totalmente vacinada contra a Covid-19, anunciou esta segunda-feira a Comissão Europeia, pedindo “solidariedade social” aos que ainda não foram inoculados para combater variantes contagiosas como a Ómicron.

“Ao nível da UE, já vacinámos totalmente mais de 80% da nossa população adulta. Este é um marco muito importante, especialmente no que diz respeito à propagação da variante Ómicron”, declarou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.

Falando em conferência de imprensa na capital sueca, Estocolmo, após uma visita à sede do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), a comissária europeia disse ser “importante que se continue a administrar vacinas de reforço a fim de proteger as pessoas dos efeitos mais graves deste vírus”, já que “a vacinação continua a ser uma ferramenta chave para prevenir contra doenças graves”.

Porém, “sabemos que milhões de cidadãos na Europa não foram vacinados e precisamos de mudar isto para ultrapassar esta pandemia, [pois] o nosso comportamento pessoal em matéria de responsabilidade pessoal é importante”, salientou Stella Kyriakides.

Classificando a vacinação como “um ato de solidariedade social”, a responsável europeia pediu “esforços e responsabilidade” para combater a pandemia.

Dados do ECDC sobre a vacinação na UE revelam que 80% da população adulta no espaço comunitário está totalmente vacinada, percentagem que é de 68,7% se forem consideradas todas as faixas etárias.

Em termos absolutos, os dados do ECDC – que têm por base as notificações dos Estados-membros e estão disponíveis no ‘site’ da agência europeia sobre vacinação – revelam que 292 milhões de adultos na UE estão totalmente vacinados.

Quanto à população total, são 307 milhões os totalmente inoculados (incluindo crianças).

No que toca à dose de reforço, 133 milhões de doses adicionais foram já administradas na UE, de acordo com o ECDC.

Também intervindo na conferência de imprensa, a diretora do ECDC, Andrea Ammon, observou que a UE está a registar “uma taxa de notificação de casos elevada e em rápido crescimento”.

Parte dessa rápida propagação do vírus deve-se à variante Ómicron, segundo a responsável, que precisou que esta estirpe já representa 22% das amostras sequenciadas, sendo ainda dominante nalguns países.

“Existem ainda algumas incertezas em torno desta nova variante. Parece que, a um nível individual, causa doenças menos graves, mas devido à sua transmissibilidade mais fácil, alastra-se a uma grande quantidade de pessoas, causando absentismo que afeta muito os trabalhadores essenciais, profissionais de saúde e trabalhadores públicos em geral”, retratou Andrea Ammon.

Na passada sexta-feira, numa resposta escrita enviada à agência Lusa, o ECDC considerou ser “prematuro” classificar a variante Ómicron do SARS-CoV-2 como menos grave, bem como a “última variante de sucesso”, dando ainda como “altamente incerto” que garanta a imunidade coletiva.

Os especialistas desta agência europeia disseram ainda à Lusa não recomendar menos tempo de isolamento para não vacinados anticovid-19, mas admitiram-no para os totalmente inoculados devido à pressão que esse período causa, embora avisando que, quanto mais curto, maior o “risco residual”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Promessas por cumprir: continua a falta serviços de reumatologia no SNS

“É urgente que sejam cumpridas as promessas já feitas de criar Serviços de Reumatologia em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde” e “concretizar a implementação da Rede de Reumatologia no seu todo”. O alerta foi dado pela presidente da Associação Nacional de Artrite Reumatoide (A.N.D.A.R.) Arsisete Saraiva, na sessão de abertura das XXV Jornadas Científicas da ANDAR que decorreram recentemente em Lisboa.

Consignação do IRS a favor da LPCC tem impacto significativo na luta contra o cancro

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) está a reforçar o apelo à consignação de 1% do IRS, através da campanha “A brincar, a brincar, pode ajudar a sério”, protagonizada pelo humorista e embaixador da instituição, Ricardo Araújo Pereira. Em 2024, o valor total consignado pelos contribuintes teve um impacto significativo no apoio prestado a doentes oncológicos e na luta contra o cancro em diversas áreas, representando cerca de 20% do orçamento da LPCC.

IQVIA e EMA unem forças para combater escassez de medicamentos na Europa

A IQVIA, um dos principais fornecedores globais de serviços de investigação clínica e inteligência em saúde, anunciou a assinatura de um contrato com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para fornecer acesso às suas bases de dados proprietárias de consumo de medicamentos. 

SMZS assina acordo com SCML que prevê aumentos de 7,5%

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) assinou um acordo de empresa com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que aplica um aumento salarial de 7,5% para os médicos e aprofunda a equiparação com a carreira médica no SNS.

“O que está a destruir as equipas não aparece nos relatórios (mas devia)”

André Marques
Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights