“A existência de propinas contribui para divisão social e segregação e não dá oportunidades aos setores mais desprotegidos de terem melhores perspetivas de futuro”, disse a candidata aos jornalistas, numa ação de campanha ao fundo das escadas monumentais da Universidade de Coimbra.
A porta-voz do MAS, que concorre por Lisboa, considerou “alarmante” que, no ano letivo 2020/2021, 71% dos pedidos de bolsa tenham sido recusados.
“Sabemos que com a pandemia houve uma grande quebra no rendimento das famílias e, inclusivamente, em Portugal, as famílias têm uma carga com os estudos na casa dos 30%, quando a média europeia está na ordem dos 10%”, vincou.
Salientando que é importante acabar com as propinas para os setores desprotegidos, Renata Cambra lamenta que muitos estudantes não tentem entrar no ensino superior “porque sabem que vão ter de desistir”.
A proposta do MAS passa por acabar imediatamente com as propinas, mas admite que, não sendo possível ao nível orçamental, se deve “no mínimo, suspender o pagamento para os estudantes bolseiros”.
Segundo a candidata, atualmente as bolsas servem “basicamente” para os estudantes pagarem a propina e “depois ficam sem dinheiro para a habitação, comida e livros”.
Nesta ação de campanha, Renata Cambra defendeu também o reforço do número de quartos nas residências estudantis e mais habitação jovem, com preços acessíveis.
“Hoje em dia, com a especulação imobiliária que existe e os vistos gold a aumentarem fortemente a especulação imobiliária, é necessário haver um contrapeso por parte do Estado para criar habitação acessível, o que permite também baixar o preço das rendas em geral”, sublinhou.
LUSA/HN
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