Maioria torna medidas reivindicadas pelo BE e PCP “altamente improváveis”

1 de Fevereiro 2022

A Fitch destaca que as alterações à legislação laboral e o fim do fator de sustentabilidade defendidos pelo BE e pelo PCP e que considerava um risco para as metas orçamentais são “altamente improváveis” com a maioria do PS.

Numa nota divulgada hoje, a agência de notação financeira salienta que o resultado eleitoral das eleições legislativas, que deram uma maioria absoluta a António Costa, reduz a incerteza política, criando um cenário mais estável para os processos de decisão.

“A maioria absoluta do primeiro-ministro António Costa coloca o seu Partido Socialista numa posição mais forte para avançar na sua agenda orçamental e económica”, refere a nota sobre o resultado das eleições de domingo à noite.

Os analistas da Fitch assinalam que “a surpreendente maioria do PS” pode refletir a aprovação popular da resposta à pandemia e a forte recuperação da economia no ano passado, recordando que este é o primeiro governo maioritário desde 2015.

“A Fitch vê isso como positivo, em parte, porque reduz a incerteza sobre a direção da política orçamental”, justifica.

Salienta, neste sentido, que as propostas orçamentais do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Comunista Português (PCP), que incluíam alterações à lei laboral e o fim do fator de sustentabilidade nas pensões, “são agora altamente improváveis no Orçamento do Estado para 2022”.

“Essas propostas representavam um risco para as metas orçamentais”, vinca, acreditando que a proposta de Orçamento do Estado para 2022 do PS deverá passar “sem alterações significativas”.

A agência sublinha ainda que um governo maioritário “também reduz drasticamente o risco de atrasos na implementação” do Plano de Recuperação e Resiliência, esperando um impacto positivo no Produto Interno Bruto (PIB) dos fundos do Next Generation EU e de +1,5 pontos percentuais para o crescimento do investimento em 2022.

A Fitch projeta um défice orçamental de 3,2% do PIB em 2022, reduzindo-se face aos 4,4% estimados para 2021, devido ao fim das medidas de apoio à pandemia e ao crescimento económico, esperando que a política orçamental continue numa trajetória de redução da dívida pública, que, projeta, cairá para 123,9% até 2023.

LUSA/HN

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