Risco de internamento com variante Ómicron é 75% inferior ao da Delta

4 de Fevereiro 2022

O risco de internamento com a variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 é 75% inferior ao da variante Delta, sendo também mais reduzido o tempo de hospitalização, segundo um estudo epidemiológico sobre a Covid-19 divulgado esta sexta-feira.

O estudo realizado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), com a colaboração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), laboratórios Unilabs, Cruz Vermelha Portuguesa e o Algarve Biomedical Centre, concluiu que os doentes infetados com a variante Ómicron passam em média menos quatro dias internados do que os infetados com a variante Delta.

“Também é importante destacar que os infetados com Ómicron (BA.1) tiveram menor tempo de internamento do que com Delta (B.1.617,2), diferença média de -4,0 dias”, precisa o estudo epidemiológico sobre a pandemia Covid-19 realizado de forma semelhante ao de agências congéneres de Ministérios da Saúde de outros países da União Europeia.

O documento precisa que os casos da variante Ómicron apresentaram redução de risco de 75% de internação em relação à Delta.

Segundo o estudo da DGS e do INSA, por cada 100 pessoas internadas que estavam infetadas com a variante Delta, só 25 seriam hospitalizadas se tivessem sido infetadas com a variante Ómicron, independentemente da idade, do sexo, do estado vacinal e de se ter tido uma infeção anterior.

O estudo dá conta também que os doentes infetados com a variante Delta ficavam, em média, 8,6 dias internados, enquanto com a Ómicron esse tempo desce para 3,7 dias.

“Esse facto tem implicações importantes na gestão dos serviços hospitalares e reduzirá o impacto das ondas de Ómicron nos sistemas de saúde”, sublinham a DGS e o INSA.

O estudo mostra também que as pessoas infetadas com Ómicron têm, em média, menor risco de morrer, “representando uma redução no risco de morte de 86% quando infetadas com Ómicron em comparação com Delta”.

O estudo foi feito entre 01 e 29 de dezembro de 2021 quando foram registadas em Portugal 164 hospitalizações devido à variante Delta e 16 por causa da variante Ómicron do SARS-CoV-2.

Durante esse período ocorreram 26 mortes de pessoas infetadas com a Delta, mas não se verificou qualquer internamento em cuidados intensivos ou óbito devido à Ómicron.

A DGS e o INSA referem, em comunicado, que o estudo mostrou “resultados encorajadores que suportam os achados de estudos semelhantes realizados em outros países”.

“No entanto, a Ómicron está associada a maior capacidade de escapar parcialmente à proteção do esquema vacinal completo e a uma elevada transmissibilidade, traduzida num maior número absoluto de casos, pelo que mesmo com redução de gravidade, pode existir risco de sobrecarga do sistema de saúde”, referem as duas entidades.

LUSA/HN

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