Ministério da Saúde impede contratação de mais enfermeiros para o Hospital de Aveiro

23 de Fevereiro 2022

De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros, a administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) confirmou esta terça-feira que os pedidos de contratação de mais enfermeiros para esta unidade hospitalar são chumbados ou, em alguns casos, ignorados pelo Ministério da Saúde. 

O presidente da entidade sindica sublinha, em comunicado, que este é um problema transversal a muitas outras unidades do Serviço Nacional de Saúde, mas “desta feita é a própria administração que confirma as dificuldades e os entraves colocados pela tutela”.

Pedro Costa lamenta a pressão a que estes profissionais são sujeitos para que se recuperem consultas, tratamentos e cirurgias em atraso, ” ao mesmo tempo que se continua a lidar com a COVID-19, mas sem um reforço do número de enfermeiros”.

O dirigente recorda o número de horas extraordinárias pagas no SNS ao longo de 2021 e que, salienta, se verifica também no Baixo Vouga. “As administrações, e Aveiro não é diferente da restante realidade do SNS, têm de decidir se investem nas infraestruturas e nos equipamentos, ou se contratam horas extraordinárias e prestação de serviços”.

A contratação de mais enfermeiros representa para o presidente do SE para a melhoria dos cuidados de saúde no SNS e lamenta que haja cada vez mais profissionais a fugirem para o setor privado ou para o estrangeiro.

No decurso da reunião com a administração do CHBV foi ainda possível desbloquear um problema existente com “o gozo de tolerâncias de ponto aos enfermeiros que faziam o turno da noite ou que terminavam o turno à noite”, adiantou Pedro Costa.

 “Segundo foi explicado, trata-se de um problema informático que ainda não tinha sido reportado oficialmente à Administração e que não estava a validar o gozo da tolerância de ponto aos enfermeiros que fazem aqueles dois turnos”, adverte Pedro Costa. Na reunião ficou a garantia de que a situação vai ser resolvida e tal não estava a suceder devido a um erro informático que vai ser corrigido, repondo assim a normalidade”.

O não cumprimento da lei da paternidade foi também um assunto abordado pelo sindicato na reunião. “”A Administração diz desconhecer qualquer problema com o cumprimento de um direito basilar, mas diz-se disponível para analisar cada caso e encontrar a melhor solução para que estes direitos não sejam sonegados aos profissionais de Saúde do CHBV”, concluiu o presidente do SE.

PR/HN/Vaishaly Camões

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