Em declarações à agência Lusa, a propósito do balanço de mais de um ano de execução do projeto BridGEs – Empresas do Alto Minho pela Igualdade de Género, Sara Magalhães, co-investigadora principal, destacou a formação daqueles profissionais como “públicos estratégicos para multiplicar os conhecimentos naquelas esferas da vida através da aplicação no próprio local de trabalho, empoderando as pessoas que vivem no território”.
Iniciado em novembro de 2020 e apresentado publicamente em março de 2021, o projeto “tem como objetivo a criação de instrumentos de análise de desigualdades nos locais de trabalho e a realização de diagnósticos de suporte à implementação de medidas para a igualdade, conciliação e inclusão da diversidade”.
O projeto resulta de uma parceria entre a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (PFCEUP), a Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL), a BorgWarner, multinacional americana que produz componentes para o setor automóvel instalada no parque empresarial de Lanheses, em Viana do Castelo, e a Open Space – Formação e Soluções Empresariais.
Participam também as câmaras de Monção e Arcos de Valdevez, o Gabinete de Atendimento à Família (GAF) e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Trata-se de um projeto promovido pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, financiado com 240.832 euros pelo Programa Conciliação e Igualdade de Género dos EEA Grants e envolve ainda o KUN – Centre for Equality and Diversity (Noruega).
Sara Magalhães adiantou que, “neste momento, estão a ser desenvolvidas atividades de proximidade e de acompanhamento individual de cada um dos parceiros, no sentido de ajustar os planos para a igualdade de género aos seus contextos e às suas especificidades”.
“São parceiros muito diferentes entre si: desde municípios a grandes empresas e instituições de ensino e de solidariedade social. O objetivo é que possam desenvolver diagnósticos ou planos de igualdade de género que sejam feitos à medida para garantir maior grau de sucesso”, referiu a investigadora da PFCEUP.
Sara Magalhães adiantou que as ações de formação realizadas ao abrigo do projeto BridGEs “permitiram às empresas fazerem o seu próprio diagnóstico e perceber que mudanças específicas podiam introduzir para melhorar sua atividade”, e possibilitou à PFCEUP “definir três instrumentos de avaliação que estarão disponíveis até outubro, mês de conclusão do projeto”.
“Neste momento estão em fase de finalização dois daqueles instrumentos. Um no âmbito das atitudes face à igualdade de género, que poderá ter uma aplicação individual, e outro sobre comunicação inclusiva”, especificou.
A responsável sublinhou que, apesar da pandemia de Covid-19, que representou um “desafio” à execução do projeto, o balanço “é muito positivo”.
“Foi mais de um ano em formato digital, em teletrabalho e com grandes restrições, mas a região tem ganhado bastantes competências e recursos para continuar este projeto inicial. Esperamos que seja o motor para iniciativas futuras. Que estes parceiros se continuem a relacionar em rede, a serem multiplicadores, estimulando a continuidade e a participação de outras empresas”, afirmou.
Sara Magalhães destacou “a abertura e o interesse” manifestados pelos parceiros ao “reconhecerem a necessidade de integrar a igualdade de género e da conciliação das várias esferas de vida nos seus propósitos como forma de promover o bem-estar dos seus trabalhadores, mas também uma produtividade mais centrada nas pessoas e que, por esse facto, também beneficia a região”.
LUSA/HN
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