Numa mensagem difundida através da rede social Weibo, Zhang explicou que o país asiático deve “aproveitar este período como uma oportunidade para desenhar estratégias anti-pandemia mais sábias, completas e sustentáveis”.
Zhang admitiu que a China atravessa o momento “mais difícil” desde que a pandemia eclodiu, no início de 2020. Desde o início do mês, o país passou de 119 para 3.122 casos diários.
Apesar da extensão dos surtos, o epidemiologista salientou que a “virulência do coronavírus diminuiu”, acrescentando que as “pessoas com imunidade normal e que receberam uma dose de reforço não terão problemas”.
Zhang assegurou que se a China – que mantém as suas fronteiras praticamente fechadas a estrangeiros não residentes há dois anos, e exige uma quarentena mínima de 14 dias para quem entra no seu território – se abrisse aos estrangeiros, “aumentaria o número de casos num período muito curto e o sistema médico nacional ficaria sobrecarregado”, causando “danos irreparáveis” à sociedade.
Wang Guangfa, especialista no sistema respiratório que foi um dos primeiros a visitar Wuhan, durante o primeiro surto de Covid-19, em janeiro de 2020, explicou este fim de semana que a variante Ómicron, já dominante no país asiático, significa que há mais casos assintomáticos, “tornando difícil detetar os infetados a tempo”.
Wang, citado pelo jornal oficial Global Times, acrescentou que a proporção relativamente baixa de vacinados entre os idosos “ainda é um dos maiores problemas”.
O especialista disse ter esperança de que o número de casos “se reduza significativamente em duas semanas” e previu que o país volte aos zero casos no espaço de 28 dias.
Cidades como Shenzhen e Changchun estão atualmente sob confinamento parcial ou total, devido ao aumento do número de infeções entre a sua população.
Nas últimas semanas, algumas vozes na China sugeriram um possível ajuste à estratégia de zero casos de Covid-19, que envolve, além dos confinamentos, restrições nas viagens internas e testes em massa sempre que um caso é detetado.
O epidemiologista Zeng Guang, ex-chefe do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, afirmou recentemente que as “restrições não durarão para sempre” e que a China “vai apresentar o seu roteiro para coexistir com o vírus na altura apropriada”.
De acordo com as contas oficiais, desde o início da pandemia, 116.902 pessoas foram infetadas no país, entre as quais 4.636 morreram.
Em todo o mundo, mais de seis milhões de pessoas morreram devido à doença desde o aparecimento do SARS-CoV-2 no final de 2019, na China.
LUSA/HN
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