Os representantes da Ucrânia na OMC destacaram, durante as reuniões desta semana do Conselho de Agricultura, que a invasão russa colocou em perigo um dos maiores “celeiros” do mundo.
A Ucrânia, um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo, pode ser forçada a restringir as exportações de alimentos se a invasão russa se mantiver, frisaram ainda.
Caso se gere uma crise alimentar global, entre oito a 13 milhões de pessoas podem sofrer de desnutrição no mundo, acrescentaram.
Apesar da guerra, os trabalhadores do setor primário continuam a fazer o possível para cultivar os campos, colocando as suas vidas em risco.
A delegação ucraniana da OMC acuraram também as tropas russas de atacarem deliberadamente equipamentos agrícolas em algumas regiões.
Para estes responsáveis, a guerra pode ter impacto na segurança alimentar global, visto que a Ucrânia é o maior país exportador de girassol e óleo derivado no mundo, bem como um dos cinco maiores de cevada, centeio, milho e batata.
Este país europeu é o segundo do mundo com maior percentagem de terras cultiváveis (mais de metade do total” e é conhecida pela grande presença de “solos negros”, as terras mais férteis do planeta.
A delegação agradeceu aos países que se comprometeram na OMC a sancionar a Rússia com medidas como a retirada da cláusula de “nação mais favorecida” e pediu a todos os membros do organismo que façam o possível para impedir a agressão russa.
A representação russa também interveio neste Conselho de Agricultura, alegando que as sanções internacionais contra este país também podem ter um impacto negativo na segurança alimentar global, nos preços dos alimentos básicos e na cadeia global de suprimentos.
Os russos também alertaram que as sanções unilaterais apresentadas contra a Rússia por alguns membros da OMC (incluindo os EUA, os países da União Europeia ou o Canadá) ameaçam a viabilidade do sistema multilateral de comércio.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
LUSA/HN
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