“Só pode haver paz se Vladimir Putin parar a sua guerra de agressão. É por isso que as marchas da Páscoa devem deixar claro que são dirigidas contra a guerra de Putin”, disse Robert Habeck aos meios de comunicação do Grupo Funke, citado pela agência espanhola EFE.
Além de vice-chanceler, Habeck, que pertence aos Verdes, é ministro das Finanças e da Proteção Climática no Governo de coligação liderado pelo social-democrata Olaf Scholz, que também integra os liberais.
Estão previstas marchas pela paz em várias cidades alemãs neste fim de semana, muitas das quais serão dirigidas contra a guerra na Ucrânia.
“É claro nesta guerra quem é o agressor e quem tem de se defender numa situação difícil e quem temos de ajudar, também com armas”, disse Habeck.
Os Verdes têm uma longa tradição de pacifismo, que teve de ser revisto em várias ocasiões, como durante a guerra do Kosovo (1998-1999).
“Pacifismo é, hoje em dia, um sonho distante. Putin ameaça a liberdade na Europa. Os crimes de guerra são claramente parte da sua estratégia. Ele mata civis indefesos, executa prisioneiros de guerra, assassina famílias, bombardeia hospitais”, afirmou.
Habeck já tinha pedido aos alemães, na sexta-feira, que poupassem energia para “irritar Putin”, dada a dependência da Alemanha do gás russo.
A Alemanha comprava mais de metade do gás à Rússia antes da guerra na Ucrânia, mas já reduziu essa quota para 40%, intensificando os esforços para encontrar alternativas e acelerando a conversão às energias renováveis.
Apesar desses esforços, o Governo alemão não espera poder passar sem gás russo antes de meados de 2024, e receia ser forçado a racionar o fornecimento ao setor industrial.
Os dirigentes alemães têm sido criticados por terem colocado o país na dependência do gás russo nas últimas décadas.
No âmbito das sanções internacionais contra a Rússia após a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, Berlim suspendeu a entrada em funcionamento do gasoduto Nord Stream 2, que iria transportar gás russo diretamente para a Alemanha.
Mesmo assim, o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, teve de anular uma deslocação a Kiev na quarta-feira, alegadamente por ter recebido indicações de que não seria bem-vindo devido às relações que manteve com Moscovo quando foi ministro dos Negócios Estrangeiros.
A Alemanha é apenas um dos muitos países que decretaram sanções contra interesses russos, incluindo contra dirigentes como Putin, numa lista que integra o conjunto da União Europeia, Estados Unidos, Reino Unido, Japão ou a habitualmente neutral Suíça.
LUSA/HN
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