APIFARMA lança campanha de alerta para a importância da vacinação ao longo da vida

23 de Abril 2022

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) lança hoje uma campanha, a propósito da Semana Europeia da Imunização, para reafirmar os benefícios das vacinas e alertar para a importância da […]

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) lança hoje uma campanha, a propósito da Semana Europeia da Imunização, para reafirmar os benefícios das vacinas e alertar para a importância da vacinação ao longo da vida.

Em declarações à agência Lusa, António Guerra, do grupo de trabalho sobre vacinas da APIFARMA, lembrou que as vacinas salvam milhares de vidas no mundo todos os anos e explicou que a campanha pretende sensibilizar a população para a importância da vacinação na prevenção de doenças infecciosas.

“A vacinação é importante ao longo de toda a vida. Há um pouco o conceito de que as vacinas são para as crianças, mas cada vez a esperança de vida é maior – nem sempre com boa qualidade de vida – e “as vacinas nos adultos são um passo critico para promover essa qualidade de vida”.

A esperança media de vida “está a aumentar e as pessoas têm uma sobrevida maior, mas isso também faz com que tenham um conjunto de doenças crónicas que as tornam para frágeis no período final da sua vida e mais suscetíveis a doenças infecciosas”, sublinha.

O responsável destaca ainda o custo-beneficio das vacinas, acrescentando: “São uma das intervenções em saúde mais custo efetivas, mas apesar disso o investimento do orçamento da saúde em prevenção [entre 0,9% e 4,6%] é diminuto e a parte gasta em vacinas [0,9%] ainda é mais pequena”.

“Isto quando sabemos que as vacinas ao promoverem a qualidade e vida e prevenirem consultas, tratamentos e hospitalizações e evitarem absentismo têm um efeito muito benéfico do ponto de vista económico”, acrescentou.

O responsável sublinhou ainda a necessidade de um reforço no investimento em prevenção na área da saúde.

Sobre a preponderância que as vacinas ganharam com a pandemia, reconhece que a pandemia ajudou a mostrar que “todos estamos suscetíveis” e que muitas doenças que não vemos continuam a existir.

“As autoridades até usavam no início da pandemia a expressão de que ‘as vacinas são vítimas do seu próprio sucesso’, pois à medida que foram contribuindo para erradicar doenças as pessoas deixaram de as ver, a sentir-se mais seguras e a desvalorizar a importância da vacinação”, explicou.

Teve ainda outro aspeto importante – sublinhou – que foi o facto de ser democrática e ter atingido todas as idades”, o que “pode ter um papel relevante para chamar a atenção para a importância da vacinação do adulto”.

A Semana Europeia da imunização decorre de 24 a 30 de abril e a campanha da APIFARMA inclui a divulgação de um vídeo no site e redes sociais da associação sobre os benefícios da vacinação e que reúne testemunhos de diversos protagonistas na área da indústria e da saúde.

A Organização Mundial da Saúde estima que com as vacinas se evitam entre quatro a cinco milhões de mortes por ano. Ainda assim, são pelo menos 1,5 milhões as crianças que continuam a morrer todos os anos por não estarem imunizadas contra a difteria, o tétano ou o sarampo.

Em comunicado, a APIFARMA lembra que as vacinas “também proporcionam poupanças aos Estados de vários milhões de euros em despesas com hospitalização, transporte, tratamentos de saúde e perdas de produtividade”, citando informação da Vaccines Europe, o grupo especializado em vacinas da Federação Europeia das Associações da Indústria Farmacêutica.

“Em países de baixo-médio rendimento, a vacinação evitou 295 mil milhões de euros em despesa total estimada com doença para 10 doenças passíveis de serem prevenidas com a toma das vacinas”, refere a associação.

A vacinação nestes países poupou 3.4 mil milhões de euros estimados em custos de tratamento, incluindo hospitalização, 295 mil milhões de euros estimados em custos de transporte e 615 milhões de euros estimados em perdas de produtividade do cuidador, acrescenta.

LUSA/HN

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