“Este não é um momento de descontração e de esquecimento, é uma altura que devemos aproveitar para estarmos preparados para aumentar a nossa vigilância e, por isso, pedi aos Estados-membros que considerassem uma série de ações para os próximos meses, a fim de desenvolverem a preparação e coordenação da UE [União Europeia]”, declarou a responsável europeia da tutela, no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Intervindo na primeira reunião da comissão especial parlamentar sobre as lições da resposta à pandemia da Covid-19, Stella Kyriakides vincou ser necessário “ter sistemas de vigilância em funcionamento para que, no caso de haver uma nova variante e um aumento súbito nos casos, os Estados-membros possam imediatamente detetá-la e ser capazes de reagir”.
“Precisamos de estar preparados para reintroduzir rapidamente medidas não-farmacêuticas [medidas restritivas]”, insistiu a comissária europeia da Saúde.
E exemplificou: “Se fecharmos todos os centros de vacinação, se tudo o que foi criado for subitamente suspenso e se tivermos uma situação em que precisamos de reagir, será mais difícil pô-lo a funcionar imediatamente”.
Atualmente, cerca de 325 milhões de pessoas na UE estão totalmente vacinadas contra a Covid-19 e perto de 230 milhões receberam uma dose de reforço.
No entanto, “mais de 100 milhões de europeus ainda não estão vacinados ou estão apenas parcialmente vacinados, [pelo que] temos de continuar a comunicar-lhes com as nossas campanhas de vacinação e continuar a abordar as causas da hesitação vacinal com um alcance personalizado ao nível da comunidade”, pediu Stella Kyriakides.
Reconhecendo que a situação epidemiológica da Covid-19 melhorou, já que apesar de haver um número elevado de casos na UE os hospitais não estão sobrecarregados e a mortalidade é baixa, a responsável assumiu que “a situação é, pelo menos de momento, controlável”.
Porém, “o vírus ainda está entre nós, está a circular, a infetar e a sofrer mutações constantes”, razão pela qual “temos de nos preparar para o outono e o inverno e manter as nossas populações mais vulneráveis protegidas”, adiantou Stella Kyriakides.
E concluiu: “Vivemos na era das pandemias. Não sabemos quando virá a próxima crise, mas temos de estar preparados para a enfrentar”.
LUSA/HN
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