Os dados são de um estudo realizado pelo hospital “Beth Israel Deaconess Medical Center” (BIDMC), nos Estados Unidos, publicado recentemente no “Journal of Neurology”.
Nos pacientes com diabetes tipo 2, o uso da insulina intranasal trouxe melhorias ao nível da velocidade da marcha e do fluxo sanguíneo cerebral, além de diminuir a insulina no sangue. Nos participantes sem diabetes, ou com pré-diabetes, os investigadores registaram melhorias na memória verbal e na capacidade de tomar decisões.
“A velocidade da marcha é um importante preditor clínico de bem-estar nos idosos, que se correlaciona com declínio cognitivo, hospitalizações, incapacidade e morte. Na linha de base, os participantes com diabetes andavam mais devagar e tinham pior cognição do que os participantes sem diabetes, que serviram como referência clínica para o envelhecimento normal da população”, referiu uma das investigadoras responsáveis pelo estudo, Vera Novak.
O estudo foi realizado com 223 participantes com idades compreendidas entre 50 e 85 anos, com e sem diabetes. Os investigadores trataram os pacientes com insulina intranasal e, depois de 24 semanas, avaliaram a velocidade de marcha, atenção, humor, função executiva e memória. Alguns participantes também receberam placebo via intranasal para comparação dos resultados.
O objetivo da insulina intranasal é enviar a hormona diretamente para o cérebro, mas o spray não substituiria a insulina comum em pacientes diabéticos. Inclusivamente, os cientistas registaram melhorias mais significativas nos pacientes que iniciaram o tratamento na fase de pré-diabetes.
Sabe-se que a falta de produção de insulina pode ser responsável por um maior risco de Alzheimer em pessoas com pré-diabetes ou diabetes, e que a insulina atua sobre o cérebro. Em estudos anteriores, a insulina já tinham mostrado potencial para tratar o declínio cognitivo nos mais velhos.
De acordo com Long Ngo, professor da Escola de Medicina de Harvard e principal autor do estudo, a estratégia de usar a insulina intranasal merece mais atenção e deve ser estudada em pesquisas maiores para que os seus efeitos benéficos sejam confirmados.
Mais informação em:
Journal of Neurology: doi.org/10.1007/s00415-022-11119-6
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