De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), o último fenómeno deste tipo provocou a morte de uma pessoa devido a problemas respiratórios, em 05 de maio, e levou mais de 5.000 pessoas aos hospitais para receberem tratamento.
De acordo com os jornalistas da AFP no local, os telhados da cidade de Bagdad, carros estacionados nas ruas e até os móveis nas casas estavam cobertos por uma camada de areia amarela muito fina.
Pelo menos 2.000 pessoas com problemas respiratórios, “com vários graus de intensidade, foram internadas em hospitais”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde iraquiano, Seif al-Badr, em comunicado.
Nas urgências do Hospital Sheikh Zayed, em Bagdad, cerca de 20 pessoas, a maioria homens idosos, estavam deitadas em camas a receber tratamento.
Desde o amanhecer de hoje, o hospital admitiu cerca de 75 pacientes para receber oxigénio, disse à AFP um dos administradores do pronto-socorro, Talib AbdelMoneim Nejm.
“Há pacientes de idade avançada que sofrem de doenças crónicas, problemas cardíacos ou respiratórios”, sublinhou Nejm.
O aeroporto de Bagdad já anunciou a retomada do tráfego aéreo, depois de suspender os voos por um período devido a uma “visibilidade de 300 metros”, segundo a agência de notícias INA.
O aeroporto de Najaf, cidade sagrada xiita no sul do país, e de Suleimaniya, no Curdistão (norte), também encerraram durante o dia, segundo a mesma fonte.
Pelo menos sete das 18 províncias do país anunciaram o encerramento dos organismos públicos, com exceção dos serviços de saúde, incluindo a capital Bagdad.
Todas as escolas do país foram encerradas e os testes adiados para terça-feira. Os testes nas universidades também foram adiados, anunciou o Ministério da Educação iraquiano.
A tempestade irá dissipar-se gradualmente a partir de hoje à noite, de acordo com os serviços meteorológicos.
Desde meados de abril, o Iraque teve nada menos que oito tempestades. As autoridades locais dizem que o país é um dos cinco do mundo mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas e da desertificação.
Nas próximas duas décadas, espera-se que o Iraque tenha “272 dias de poeira” por ano. Em 2050 será atingido o limite de 300 dias, segundo um responsável do Ministério do Ambiente iraquiano.
Entre as medidas recomendadas para combater este fenómeno, as autoridades citam “a criação de florestas que funcionam como quebra-ventos”.
LUSA/HN
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