O Método Apollo consiste, explica Leonel Ricardo, médico gastrenterologista na Joaquim Chaves Saúde, “numa redução do estômago efetuada pela boca (por via endoscópica), sem cortes, cicatrizes ou amputações, favorecendo a rápida recuperação do doente”. Realizada pela equipa liderada pelo Dr. López-Nava, trata-se de “uma gastroplastia realizada com recurso a um endoscópio, através da boca, em sala cirúrgica, sob anestesia geral e consiste numa redução de cerca de 70% da capacidade do estômago, através da realização de suturas na cavidade gástrica”. Uma redução que “permite induzir uma saciedade precoce e um maior controlo do apetite”, de forma “segura e minimamente invasiva, com baixos índices de dor e de infeção, com total ausência de cicatrizes externas e que permite um regresso ao dia a dia em 24 horas após a intervenção”.
Com este procedimento, “não só é possível reduzir a pressão arterial e os níveis de colesterol, mas também a dor muscular, controlar a diabetes ou a apneia do sono, aumentando também a autoestima”. Destinada “primariamente a doentes com obesidade grau I ou II, que apresentem um Índice de Massa Corporal entre 30 e 40 kg/m², esta técnica pode estar também indicada nas formas mais graves de doença ou inclusivamente a doentes previamente submetidos a outras terapêuticas de tratamento da obesidade”.
Leonel Ricardo reforça que a obesidade “tem um forte impacto na qualidade de vida dos doentes, constituindo um risco aumentado de surgimento ou desenvolvimento de outras patologias, estando associada a mais de 200 comorbilidades e 13 tipos de cancro”. A estes riscos juntam-se as dificuldades que os doentes obesos enfrentam “do ponto de vista pessoal e profissional, nomeadamente com maior absentismo laboral e perda de produtividade precoce”, pelo que o tratamento, que “tem um forte impacto nas doenças cardiovasculares, metabólicas, neoplásicas, osteoarticulares e claros benefícios ao nível da saúde mental”, é muito importante.
Mais ainda, acrescenta o médico, “o surgimento de técnicas endoscópicas, menos invasivas, permitem-nos atuar de forma precoce, evitando o desenvolvimento das formas mais graves de obesidade, de forma simples e segura, com o apoio de uma equipa multidisciplinar que acompanhará todo o processo de perda de peso”. Técnicas que “permitem alcançar um maior número de pessoas não tratadas, expostas aos perigos do excesso de peso e da obesidade, permitindo a adaptação às necessidades de cada doente, de acordo com suas características físicas ou psicológicas”. “São métodos que não são apenas seguros, mas eficazes e individualizados.”
Considerada pela OMS a epidemia do século XXI, a obesidade continua a crescer em Portugal, onde os dados mais recentes mostram que mais de metade da população (53%) tem excesso de peso e 1,5 milhões são obesos. Um problema com custos elevados, não só ao nível da saúde, mas também económicos, a que é urgente dar resposta.
PR/HN/Rita Antunes
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