“Espero que na próxima semana as instituições já possam recorrer ao MAREESS”, disse Ana Mendes Godinho sobre uma medida criada para dar resposta aos constrangimentos que a pandemia da Covid-19 criou nas instituições, nomeadamente na falta de recursos humanos por infeção ou isolamento.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social descreveu o MAREESS como “um programa excecional para recursos humanos”, contou que “já foram integradas mais de 30 mil pessoas através deste programa” e anunciou a sua reativação que acontece “por se por sentir que estamos num momento em que muitas pessoas estão isoladas porque não podem trabalhar por terem covid”.
“Penso que é uma boa notícia para as instituições”, disse Ana Mendes Godinho que falava, via ‘online’, na sessão de abertura da conferência “Pós-Pandemia, Recuperação e Resiliência do Pilar Social em ano de descentralização de competências” que decorre esta manhã em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.
A abrir uma intervenção perante técnicos e dirigentes de instituições ligados ao setor social, bem como de autarcas, a governante elogiou o “modelo coletivo e de trabalho em conjunto” levado a cabo no país, considerando “virtuoso” o trabalho do Estado social.
Usando uma expressão que tinha sido usada na intervenção anterior pelo presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, a ministra disse que se vivem “cada vez mais tempos de tempestade perfeita”, mas que “a pandemia colocou na primeira linha a necessidade de encontrar novas soluções”.
“Esta pandemia levou os líderes europeus, na Cimeira Social do Porto, a dizer que em primeiro lugar tem de estar o investimento social na recuperação”, recordou a governante que também abordou a descentralização, um dos temas centrais da conferência desta manhã organizada pela autarquia de Gaia em parceria com a Rádio Renascença.
“A descentralização da Ação Social surge no momento certo. Temos de conseguir respostas de proximidade. Temos de ter respostas personalizadas que respondam às necessidades de cada um”, referiu sobre um processo que sofreu “um ‘delay’ de tempo para que os Municípios possam implementá-la em pleno a partir de 2023”, acrescentou.
De acordo com a governante 80 Municípios já aderiram à descentralização da Ação Social.
A este propósito, minutos antes, o autarca de Gaia pediu que a descentralização não seja vista como municipalização.
“Não é fazer de Municípios um novo ministério. Tem de nos colocar a trabalhar em rede, para alcançarmos um objetivo comum”, disse Eduardo Vítor Rodrigues.
Por fim, Ana Mendes Godinho considerou que “mostra a evidência, que respostas de banda larga não servem a realidade da comunidade” e que “é necessário simplificar para promover inclusão”.
Quanto ao combate à pobreza infantil, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse que não se podem “desperdiçar as crianças”.
“Temos de garantir que as crianças, independentemente de onde nascem, têm igualdade de oportunidades e acesso ao sistema”, frisou.
Ao longo da intervenção, a ministra sublinhou várias vezes como “fundamental que os apoios sejam cada vez mais personalizados” para que “ninguém fique para trás”.
“A pandemia deu-nos grandes lições. Ninguém se salva sozinho e estamos todos no mesmo barco”, concluiu.
LUSA/HN
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