Termas do Luso com frequência semelhante ao período anterior à pandemia

30 de Maio 2022

As Termas do Luso, muito procuradas para o tratamento da litíase renal, registam atualmente uma frequência “semelhante ao ano de 2019”, regressando ao crescente que a pandemia veio interromper, disse hoje o responsável desta estância termal.

Em declarações à agência Lusa, o administrador das Termas do Luso e presidente do conselho de administração do Grande Hotel de Luso, João Diniz, explicou que a pandemia veio interromper a onda de crescimento que vinham registando.

“Estávamos a ter um crescendo nos serviços prestados nas Termas do Luso até 2019, à semelhança do que se registava também no Grande Hotel do Luso. A pandemia veio parar isto tudo”, admitiu.

João Diniz recordou que as Termas do Luso, situadas no concelho da Mealhada, tinham contabilizado, em 2019, um total de 5.850 aquistas.

Este ano, os números atuais são “muito positivos”, registando-se, entre 01 de janeiro e 30 de abril, 1.758 termalistas (no mesmo período do ano de 2019 contabilizaram-se 1.506).

O termalismo clássico continua a ser “o mais procurado”, por “uma faixa etária mais idosa” e com disponibilidade para “estadas mais longas”, sendo “o tratamento mais procurado o da litíase renal, devido às características da água termal”.

A água termal do Luso tem “uma notável ação terapêutica” nas afeções crónicas do aparelho reno-urinário, hipertensão arterial, perturbações do metabolismo, afeções respiratórias crónicas, reumatismos, perturbações do aparelho locomotor e patologias dérmicas.

De acordo com Noémia Calado, das relações internacionais da Sociedade Central de Cervejas, à qual pertencem as termas, a água termal do Luso tem “um PH muito equilibrado, é baixa em sódio e tem sílica muito equilibrada”.

“É também ótima para a saúde e beleza da pele, daí as Termas do Luso estarem desde sempre associadas à estética e beleza da pele”, apontou.

Segundo João Diniz, a área do bem-estar tem registado um crescimento, num segmento de média idade e mais jovens, a partir dos 30 anos, que procuram tratamentos estéticos e serviços de massagens de curta duração.

Com oito funcionários a tempo inteiro, entre os quais quatro médicos, um fisiatra e uma nutricionista, as Termas do Luso têm a sua época alta no verão, uma altura em que é necessário reforçar a mão de obra.

“O mesmo acontece no Hotel, que habitualmente tem 38 trabalhadores. Quando a procura é maior, procuramos reforçar-nos, embora nem sempre seja fácil arranjar mão de obra especializada”, frisou.

Um dos ‘ex-libris’ desta estância termal é a piscina com Água Termal de Luso, um projeto do gabinete do arquiteto Gustave Eiffel e que ainda hoje “é considerada uma das piscinas termais mais bonitas da Europa”.

Contactada pela Lusa, a vice-presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Filomena Pinheiro, que tem o pelouro do Turismo, evidenciou que um dos eixos de desenvolvimento estratégico do concelho assenta no posicionamento da vila do Luso e dos seus ativos num ‘cluster’ de saúde, beleza e bem-estar.

“Pretendemos afirmar o destino Luso como destino de saúde e bem-estar e potenciar toda uma economia em torno destes ativos, retomando um projeto antigo que procurava potenciar este ‘cluster’, seja com ações de empreendedorismo e inovação, tomando como ponto de partida este ativo que temos que é esta água de características únicas, seja com o desenvolvimento da indústria de cosmética ligada, por exemplo, a um centro de investigação de envelhecimento”, concluiu.

LUSA/HN

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