“Quando vacinamos contra a gripe não fazemos já ideia se estamos já a dar a 5.º, a 6.ª ou a 7.ª dose. Sabemos que se aproxima a estação de maior risco em termos de circulação de vírus e de descompensação de doença crónica e por isso fazemos reforços sazonais e é isso que vai acontecer já este outono-inverno”, disse Graça Freitas em conferência de imprensa no Ministério da Saúde, em Lisboa, sobre a próxima campanha vacinal.
De acordo com a diretora-geral da Saúde, a campanha de vacinação que arranca em setembro terá uma capacidade instalada de 300 mil doses por semana, “o que é suficiente” para cumprir o cronograma que arranca a 05 de setembro com vacinação em lares, rede de cuidados continuados e pessoas com 80 ou mais anos.
Sobre os lares, adiantou que já foram vacinados todos os elegíveis até ao momento, ou seja, onde não existiam surtos ativos, o que representa 75% do total.
Entre a população com 80 ou mais anos há 40% de vacinados com a segunda dose de reforço, disse.
Ainda sobre a próxima campanha, Graça Freitas admitiu que vai implicar “obviamente um rearranjo dos centros de vacinação”, seja os centros de saúde ou outras instalações.
Ainda que na próxima campanha de vacinação a vacina contra a gripe e a vacina contra a Covid-19 sejam administradas em simultâneo, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que não está previsto que isso possa acontecer nas farmácias comunitárias, ainda que os aspetos de logística ainda estejam a ser trabalhados, acrescentou.
Já sobre as vacinas contra a Covid-19 adaptadas às novas variantes, o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, explicou que os contratos celebrados a nível europeu já preveem que Portugal possa receber vacinas adaptadas quando estas estiverem disponíveis, acrescentando que foram feitos ajustamentos aos contratos para “diferir algumas entregas para a parte final do ano”.
Graça Freitas adiantou também que pela primeira vez será administrada em Portugal uma vacina reforçada contra a gripe, tetravalente, da qual foram adquiridas 120 mil doses, destinadas aos “mais vulneráveis dos mais vulneráveis”, que são os residentes em lares.
Paralelamente foram adquiridos cerca de dois milhões de doses de vacina da gripe não reforçada, uma compra “adaptada às previsões de necessidades” de vacinação, explicou a diretora-geral da Saúde.
Sobre os números elevados da mortalidade entre os mais idosos, Graça Freitas explicou que a taxa de letalidade não é grande, mas apenas proporcional ao número de casos de infeção atual, bastante elevado devido à predominância da subvariante da Ómicron, mais transmissível e que escapa ao sistema imunitário em termos de infeção, mas não na proteção contra doença grave e morte.
Os números elevados de mortes entre os mais idosos explicam-se pela “sua debilidade” de saúde, acrescentou.
LUSA/HN
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