Prefeito da China pede desculpa por excessos das medidas de prevenção

14 de Junho 2022

O prefeito de uma cidade do nordeste da China, que está sob bloqueio há quase dois meses, pediu hoje desculpas pelos excessos das medidas de prevenção epidémica, num período de crescente insatisfação com a abordagem das autoridades.

Hao Jianjun, prefeito da cidade de Dandong, que faz fronteira com a Coreia do Norte, não deu detalhes, mas admitiu que o trabalho do governo e os serviços básicos foram “insatisfatórios”, de acordo com um comunicado.

É altamente incomum que um alto funcionário do Partido Comunista Chinês (PCC) admita publicamente erros, particularmente em relação à estratégia de ‘zero casos’ de Covid-19.

A altamente contagiosa variante Ómicron está a obrigar as autoridades chinesas a impor medidas de confinamento cada vez mais extremas, para salvaguardar a estratégia, assumida como um triunfo político pelo secretário-geral do PCC, Xi Jinping.

Apesar de relatar apenas alguns casos, Dandong foi submetida a um dos bloqueios mais rígidos da China.

Na mesma nota, Hao reconheceu os sacrifícios feitos pelos 2,4 milhões de cidadãos da cidade e as “reclamações” sobre o trabalho das autoridades.

Dandong vai adotar uma abordagem “mais proativa, mais ativa e mais eficaz”, disse.

Incapaz de erradicar a fonte dos surtos na cidade, Dandong adotou medidas cada vez mais extremas, algumas sem base científica, como a recomendação dada aos moradores para que fechassem as janelas das suas casas, para evitar serem infetados pelo vento que sopra da Coreia do Norte.

As autoridades também lançaram uma campanha contra o contrabando feito através do rio Yalu, que divide os dois países, oferecendo incentivos em dinheiro, para obter informações sobre os envolvidos.

A China diz que o vírus se pode alastrar através de embalagens e outras superfícies, apesar de poucas evidências de que seja um fator de transmissão significativo.

Longos bloqueios tornaram-se norma na resposta chinesa contra a Covid-19. Xangai, a “capital” económica do país, esteve dois meses sob um bloqueio altamente restritivo.

A gravidade do bloqueio de Xangai e a aparente falta de preparação das autoridades levaram a confrontos entre moradores e funcionários da saúde.

A resposta em Pequim foi mais subtil, possivelmente por razões políticas, embora as aulas tenham passado a ser realizadas ‘online’, e um importante distrito comercial e de vida noturna tenha sido fechado, após a deteção de 287 casos ligados a um bar.

A polícia disse que dois clientes do bar estão sob investigação, depois de terem alegadamente ignorado uma ordem de isolamento em casa. Mais tarde, testaram positivo para o vírus.

LUSA/HN

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