Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, o PSD disse não perceber a “passividade” do Governo perante as carências manifestadas nos últimos meses e sublinhou que ainda recentemente o Sindicato Independente dos Médicos alertou que, “em média, um dia por semana não existe Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) simultaneamente na Guarda, Covilhã e Castelo Branco.
“De facto, no último fim de semana, a VMER do Hospital Pêro da Covilhã esteve inoperacional por falta de médicos que assegurassem as respetivas escalas de funcionamento. Aparentemente, quem tem a responsabilidade de garantir uma resposta eficiente dos serviços de saúde está mais preocupado com a sucessão do atual presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira do que com o bem-estar dos utentes”, afirmaram os sociais-democratas.
A falta de médicos de família no distrito é outra das questões que apontaram, referindo que este é “um problema crónico”, que deixa a população, maioritariamente envelhecida, “sem qualquer tipo de assistência na doença”.
“Em vários centros de saúde da região a falta de médicos é clara e notória, deixando nas populações um sentimento de insegurança e abandono”, acrescentaram.
Por outro lado, a distrital do PSD referiu que a “incapacidade de reter e atrair médicos especialistas para os centros hospitalares do distrito põe em causa a resposta do Serviço Nacional de Saúde a curto prazo”.
Segundo apontou a distrital, citando uma informação da Ordem dos Médicos, a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco tem no seu quadro de pessoal apenas um médico de ginecologia/obstetrícia, com 65 anos.
“Enquanto os profissionais de saúde se esforçam para evitar o colapso do sistema, o Governo de António Costa demonstra total incapacidade de prever adversidades e evitar a escalada de um problema que é, cada vez mais, insustentável”.
Sublinhando que “as lacunas crónicas não passam apenas pela classe médica”, os sociais-democratas também afirmaram que os hospitais e centros de saúde do distrito “desesperam por enfermeiros e outros técnicos especializados”.
“Estes profissionais andam sobrecarregados e a realizar horas extraordinárias, porque os rácios existentes atualmente não cobrem as reais necessidades, sendo que a prestação de cuidados não é diretamente afetada devido ao profissionalismo e dedicação destes elementos, mas o outro lado da moeda acarreta um esforço extra e um cansaço físico/psicológico que pode levar a outro tipo de consequências para os próprios”.
A distrital do PSD disse ainda que foi alertada de que no Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, foi implementado um novo sistema de “monitorização de presenças”, obrigatório para todos os trabalhadores e que funciona através de reconhecimento facial ao estilo “base militar” e o qual substituiu o sistema biométrico que estava operacionalizado anteriormente.
“Este novo sistema está a causar alguns transtornos internos, já para não falar que o reconhecimento facial descreve o processo de digitalizar um rosto e, em seguida, associá-lo à mesma pessoa num banco de dados. Um processo que no mínimo levanta algumas questões éticas e de privacidade, pois tal como qualquer outro banco de dados é imperativo uma utilização responsável e segura do mesmo”.
Sublinhando que o argumento da coesão territorial é um “mero chavão para beirão ver”, o PSD também exigiu medidas.
“Está na altura de acabarem as desculpas e começarem a apresentar soluções, designadamente para oferecer condições realmente diferenciadoras aos profissionais de saúde com vontade de vir trabalhar para a nossa região”.
LUSA/HN
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