“Do ponto de vista de apoio na área da psicologia praticamente não existe nada no IST. É frequente ouvir estudantes que dizem que passaram seis meses à espera de uma consulta de psicologia”, contou à Lusa Tiago Dias Viegas, um dos organizadores do protesto que se realizou hoje à tarde em frente ao IST, em Lisboa.
O reforço imediato dos serviços de psicologia é por isso uma das reivindicações dos alunos, que hoje recordaram um estudo de 2019 que apontava para muitos casos de problemas de saúde mental entre a comunidade estudantil.
Cansaço, nervosismo, ansiedade, stresse, problemas de sono e alimentares assim como depressão são alguns dos sintomas apontados pelo organizador do protesto, que disse que a situação se agravou nos últimos anos.
As causas para estes problemas passam, na opinião dos estudantes, pelo excesso de carga horária e de trabalho, assim como pela “exigência desmedida e falta de tempo livre”, enumerou Tiago Dias Viegas.
Por isso, hoje, os estudantes reivindicaram também a redução da carga horária e a valorização do tempo livre e do descanso.
“A questão da saúde mental tem a ver com a implementação do novo modelo de ensino que reforçou alguns dos problemas que já existiam, como a excessiva carga de trabalho, ou a falta de tempo livre dos estudantes”, contou à Lusa Tiago Dias Viegas.
O aluno do curso de informática afirmou que no IST existe a cultura de “os alunos terem de se concentrar única e exclusivamente no estudo”.
Segundo Tiago Viegas, a implementação do novo modelo de ensino veio transformar várias cadeiras semestrais em trimestrais, sem uma redução do programa que veio aumentar a “intensidade de aulas”.
A atribuição de mais projetos e trabalhos para entregar e a intensificação da avaliação continua são outros dos problemas: “É frequente a entrega de um trabalho ser logo na segunda semana de aulas”, criticou Tiago Dias Viegas, explicando que os estudantes defendem que deve haver uma valorização da aprendizagem em vez da avaliação.
O aumento do financiamento para as instituições de ensino superior, a flexibilização das avaliações e a aposta na formação pedagógica do corpo docente são outras das reivindicações dos estudantes.
LUSA/HN
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