A crítica foi feita num comunicado assinado pela deputada social-democrata eleita por Évora, Sónia Ramos, após uma reunião com o conselho de administração do HESE, em que também participou o vereador do partido na Câmara de Évora Henrique Sim-Sim.
Na reunião, segundo a parlamentar, o conselho de administração da unidade hospitalar indicou que as escalas das urgências gerais e pediátrica, durante o verão, “encontram-se asseguradas, considerando a contratação de tarefeiros”.
O recurso a clínicos tarefeiros no hospital de Évora representa “entre 40% a 50% dos médicos escalados, dependendo das especialidades”, disse, aludindo à informação prestada pelos elementos do conselho de administração do HESE.
Para Sónia Ramos, “tal grau de dependência” de médicos tarefeiros é “um fator de preocupação e de risco no planeamento do serviço público”, pois, é um expediente que “não garante estabilidade na gestão dos recursos humanos”.
“O recrutamento de médicos e enfermeiros permanece como a principal dificuldade do hospital”, salientou.
De acordo com a também presidente da Distrital de Évora do PSD, o tempo de espera no HESSE para a primeira consulta externa de oftalmologia é de “12 meses” e a especialidade de pedopsiquiatria “continua apenas com um único médico”.
A deputada criticou também a Câmara de Évora (CDU), por entender que o hospital também “não conta com o município como parceiro ativo na oferta de condições adicionais aos profissionais de saúde para a sua fixação no distrito”.
No comunicado, Sónia Ramos justificou o pedido de reunião ao conselho de administração do HESE com o “encerramento, um pouco por todo o país, das urgências gerais e pediátricas”, devido à “a escassez de médicos especialistas”.
“Esta situação, como é do domínio público, não é nova e implicou, em 2020, o encerramento da urgência pediátrica no HESE, face à ausência de médicos pediatras e obstetras em número suficiente”, lembrou.
Sónia Ramos assinalou ainda que o conselho de administração da unidade hospitalar “terminou o seu mandato em 31 de dezembro do ano passado” e que, atualmente, tem em funções “apenas três dos cinco membros que o constituem”.
“O HESE precisa de uma liderança revigorada e legitimada que seja capaz de gizar uma nova estratégia focada na captação e fixação de profissionais de saúde”, reclamou.
LUSA/HN
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