“Infelizmente nós tivemos um óbito há mais ou menos um mês de um senhor do distrito de Mé-Zóchi, de faixa etária dos 60 anos, que tinha comorbidade”, disse a epidemiologista Bakissy Pina, sublinhando que existem “dois casos de dengue hemorrágica no Hospital Central”.
Dos casos acumulados, o distrito de Água Grande teve o maior registo atingindo 565 casos.
“Nós estamos na fase aguda, em que todos os dias temos registos de casos”, explicou a especialista, referindo que o país tem uma taxa de TAC (tomografia axial computorizada) de 35,1 por 10 mil habitantes, com maior registo em “crianças na faixa etária dos 10 anos”.
No entanto, tendo em conta que o país está na época seca, Bakissy Pina admite que “a tendência pode ser de diminuição”, mas poderá ter uma segunda vaga a partir de setembro quando chegar a época chuvosa.
“Se nós não tomarmos as medidas preventivas agora, nós teremos um problema maior em setembro ou em outubro […] é necessário eliminar todos os criadores temporários”, apelou.
Por outro lado, a porta-voz do Ministério da Saúde pediu à população que “não se automediquem”, realçando que a dengue não é como a covid-19, em que muitos optavam por tomar alguns chás tradicionais sem recomendação médica.
“Se tiver sintomas como febre, dores de cabeça intensa vá a um centro de saúde, não fique em casa para não haver complicações”, exortou.
Bakysse Pina afirmou que “a dengue é uma coisa nova” no país, mas com o apoio dos parceiros, principalmente da Organização Mundial da Saúde (OMS) as autoridades estão a conseguir dar resposta.
Além dos profissionais são-tomenses, estão no país um consultor de comunicação de risco e engajamento comunitário, ontologistas, epidemiologistas, e outros especialistas internacionais que integram as equipas de combate à dengue em São Tomé e Príncipe, no âmbito da cooperação internacional que incluiu o apoio de testes de despistagem da dengue e material de laboratórios.
O surto da dengue foi oficialmente declarado em São Tomé e Príncipe em 04 de maio pela ministra da Saúde, Filomena Monteiro.
Na altura, Filomena Monteiro referiu que face “à gravidade da situação” o Governo apela à “colaboração responsável da população, dos setores da vida nacional, aos parceiros nacionais e internacionais” na adoção de medidas de prevenção da dengue.
LUSA/HN
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