O projeto surgiu com o objetivo de sensibilizar a população, em especial a comunidade médica, para o impacto do VSR, já que é responsável por cerca de 60% a 80% dos casos de bronquiolite e 40% de pneumonias em idade pediátrica. De acordo com os especialistas, o VSR é das principais causas de hospitalização no primeiro ano de vida.
De acordo com a SPP e o INSA, a iniciativa “tem apresentado um crescimento constante e sustentado, sendo o seu objetivo continuar a expandir-se a nível nacional e, assim, permitir a recolha de dados fidedignos sobre a epidemiologia e o impacto da infeção por este vírus, estando também a ser considerado o seu alargamento a outros grupos etários de modo a ter uma caraterização mais completa da infeção na população portuguesa”.
“Ao longo deste ano foi possível verificar uma grande adesão a esta rede, que se comprova com a sua expansão no que ao número que hospitais diz respeito. Estamos muito orgulhosos por fazer parte deste projeto pioneiro e inovador no nosso país.” Afirma Inês Azevedo, presidente da SPP.
Já Ana Paula Rodrigues, médica de Saúde Pública do Departamento de Epidemiologia do INSA, considera que “esta rede permite a obtenção de dados concretos para uma real caracterização da patologia e do seu impacto na população, permitindo o desenvolvimento de estratégias concretas de abordagem ao VSR e mitigando o seu impacto e a sua incidência. Na componente laboratorial é de salientar que permite complementar o diagnóstico laboratorial com a caraterização genética dos vírus detetados em cada inverno e a integração desta informação com os dados epidemiológicos.”.
Na Europa, a maioria dos países apresenta um registo de casos de VSR associado a uma rede de vigilância já existente, como a da gripe. No entanto, são poucos os países que têm uma rede de vigilância específica e exclusiva para este vírus, caso do Reino Unido e França, podendo Portugal estar entre os pioneiros neste campo.
PR/HN/Vaishaly Camões
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