APLO alerta para o perigo de alterar prescrições de optometristas

13 de Julho 2022

A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) alerta a população portuguesa para o perigo de substituir as prescrições de optometristas por lentes genéricas e não avaliadas para o caso específico do utente.

As prescrições optométricas são atos altamente técnicos e individualizados para cada utente e dispositivos médicos oftálmicos. Tal exige avaliação e determinação da melhor intervenção terapêutica para cada utente e para o momento específico da evolução da condição visual. Assim, a substituição ou alteração da prescrição por pessoas sem habilitações para tal coloca a saúde da visão do utente em risco, para além de o lesar financeiramente.

Este apelo surge no seguimento de uma empresa do Texas ter sido multada em trezentos mil dólares por substituir lentes de contacto prescritas por optometristas por outras lentes de contacto. Esta não foi a primeira vez que o Departamento de Justiça e a Comissão Federal de Comércio atuaram e aplicaram multas a vendedores online e retalhistas pela substituição de dispositivos médicos prescritos por optometristas.

Segundo a representante da Associação Optométrica do Texas, a empresa em causa substituía a lente de contacto prescrita pelo optometrista, de forma profissional e assegurando precisão e segurança, pela sua lente genérica.

A APLO reforça que a prescrição de dispositivos médicos por optometristas é uma garantia de segurança e eficácia para o utente. Esta é suportada através de uma consulta com vários exames de diagnóstico, meios complementares e terapêutica, realizados e interpretados por profissionais com, no mínimo, o grau de licenciatura em Optometria.

Os optometristas, além de realizarem mais de dois milhões de consultas anualmente, são responsáveis por mais de 70% das prescrições, tanto para óculos como para lentes de contacto, em Portugal.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a deficiência visual e cegueira representa o maior grupo de todas as deficiências em Portugal, com mais de 164 mil portugueses a necessitarem de cuidados. Acrescem os mais de cinco milhões de utilizadores de dispositivos médicos oftálmicos vulgarmente designados por óculos, lentes de contacto, lupas e instrumentos de baixa visão.

“Proteja-se, defenda a sua saúde, confie no seu optometrista e siga as prescrições originais. Esteja atento a possíveis alterações por parte de outros”, apela a APLO.

PR/HN/RA

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