“Tendemos a só recorrer a terceiros quando esgotámos a capacidade disponível no setor público. Não é por qualquer preconceito ideológico, é por uma questão de eficiência da gestão”, afirmou Marta Temido, numa audição na Comissão de Saúde requerida pelo Iniciativa Liberal, Chega e PCP.
A governante respondia à deputada do PSD, Fátima Ramos, que salientou que, quando o SNS não consegue responder aos utentes, é “importante que o Estado recorra a outros serviços e outras parcerias”, como as parcerias público-privadas, as instituições privadas de solidariedade social e as misericórdias.
“É um facto que tivemos uma pandemia, mas se pensarmos que o sistema nacional de saúde deve servir as pessoas que estão doentes, então era obrigação do Governo colocar todos os meios à disposição para servir essas pessoas”, referiu a parlamentar social-democrata, para quem, “por razões ideológicas, isso não foi feito da forma como devia”.
“Nada me opõe nem ao setor privado, nem ao setor social”, respondeu Marta Temido, ao considerar ser “profundamente injusto” não reconhecer a parceria entre o Governo e a União das Misericórdias firmada desde a “primeira hora” durante a pandemia de Covid-19.
A governante reconheceu ainda que podem existir “dificuldades em determinadas matérias financeiras” no relacionamento com outros setores, o que justificou com o facto de os valores que o Governo entende pagar não serem “exatamente o que é esperado do outro lado”.
Perante os deputados, a governante salientou ainda que “desde o primeiro” momento que a retoma da atividade assistencial prejudicada pela pandemia no SNS “foi assumida como uma prioridade”, através de um programa desenhado em junho de 2020 com esse objetivo.
LUSA/HN
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