O principal acusado, Vadim Cheldiev, um cantor de ópera, foi condenado a 10 anos de prisão por extremismo – por convocar pela internet uma manifestação em Vladikavkaz, no Cáucaso russo – e por bater em polícias durante a sua detenção alguns dias depois em São Petersburgo, segundo as agências de notícias russas Ria Novosti e Interfax.
O Tribunal Regional de Rostov on Don condenou ainda os acusados Ramis Tchirkinov a oito anos de prisão e Arsen Bessolov a oito anos e meio, segundo as mesmas fontes.
Todos terão que cumprir pena em estabelecimentos prisionais com um regime severo.
Em abril de 2020, logo no início da pandemia do SARS-CoV-2, medidas governamentais rigorosas foram impostas na maior parte da Rússia para conter a propagação do vírus.
Em Vladikavkaz, capital da Ossétia do Norte, uma das regiões mais pobres da Rússia, as autoridades locais decretaram na primavera o encerramento de negócios considerados não essenciais e aplicaram o confinamento da população.
Em 20 de abril de 2020, impulsionadas pelas dificuldades económicas causadas pelo confinamento e pelos rumores sobre o perigo relativo do vírus, centenas de pessoas saíram às ruas para exigir o fim das restrições.
Após a primeira onda da pandemia, a Rússia suspendeu a contenção, preferindo então medidas mais flexíveis.
A agência de estatísticas russa (Rosstat) contou mais de 660.000 mortes relacionadas ao novo coronavírus em 2020 e 2021.
Entretanto, essa avaliação pode ser ainda mais pesada em relação aos dados demográficos: no ano passado, a Rússia perdeu 1,04 milhões de habitantes, contra 688,7 mil em 2020, o que revela um aumento de mortalidade de 15 por cento.
O Governo russo, que usa uma definição muito restritiva para mortes pela Covid-19, até ao momento registou 381.960 mortes causadas pelo vírus.
A Covid-19 é provocada pelo SARS-CoV-2, vírus detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China. A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez em novembro na África do Sul.
Os dados mais recentes da Universidade Johns Hopkins, que continua a compilar os números, apontam para mais de 6,3 milhões de mortos e mais de 563 milhões de casos em todo o mundo.
LUSA/HN
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