Em declarações à agência Lusa, Francisco Teixeira, do Movimento dos Utentes de Serviços Públicos de Gaia, descreveu que “durante mais de duas décadas funcionaram em Vila Nova de Gaia, quer nos Carvalhos, quer em Soares dos Reis, unidades de apoio ao serviço de urgência com horário alargado”, mas esses, fechados em 2018, não voltaram a abrir.
“Quando as pessoas se sentiam doentes, em vez de sobrecarregar a urgência do hospital, iam aos SASU. O de Soares dos Reis dava apoio à população gaiense do oeste e a margem do mar e do rio e o dos Carvalhos dava apoio à população do sul. Mas fecharam-nos com a promessa de que reabririam após obras de beneficiação”, referiu Francisco Teixeira.
O Movimento dos Utentes de Serviços Públicos de Gaia, que esta manhã realizou uma iniciativa de alerta no Largo da Feira Velha, nos Carvalhos, critica a opção de centralizar os SASU em Vilar de Andorinho e contou que, “na altura, a população mobilizou-se e protestou, mas os protestos foram desmobilizados após promessas”.
Francisco Teixeira apontou o dedo à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, e à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte).
“Passaram-se quatro anos. Não foram só seis meses. Está tudo na mesma. Há grande prejuízo porque Gaia não tem bons transportes públicos, por exemplo, à noite. [O utente] ou tem carro próprio ou gasta com táxi. Os acessos são maus, sobretudo agora que as ruas estão cheias de buracos por causa das obras do metro”, disse o responsável.
A agência Lusa pediu esclarecimentos à autarquia de Gaia, que não comenta, e à ARS-Norte, de quem aguarda resposta.
Em janeiro de 2020, a este propósito, contactada pela Lusa, a ARS-Norte afirmou que “tem vindo a ser assegurado o atendimento à população de Vila Nova de Gaia” através da unidade clínica de Vilar do Andorinho, destinada essencialmente a “utentes em situação aguda não urgente”.
“Em saúde os recursos são sempre limitados, assumindo-se como fundamental a definição da importância dos problemas e da sua priorização, decidindo com bom senso, com ousadia e coragem. Desta forma, tem vindo a ser assegurado o atendimento à população do concelho de Gaia, na situação de doença aguda, observando a acessibilidade necessária em proximidade e garantindo a continuidade e integração entre os dois níveis de cuidados de saúde – primários e hospitalares”, lia-se na resposta.
LUSA/HN
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