“Até 22 de julho, os dez países que registaram o maior número acumulado de casos a nível mundial são a Espanha (3.125), os Estados Unidos da América (2.316), a Alemanha (2.268), o Reino Unido (2.137), a França (1.453), os Países Baixos (712), o Canadá (615), o Brasil (592), Portugal (588) e a Itália (374)”, refere a atualização epidemiológica da OMS sobre a Monkeypox.
De acordo com a organização, estes dez países representam, no seu conjunto, 89% dos casos reportados globalmente até à data.
Numa declaração ontem divulgada, o diretor da OMS para a Europa adiantou que, desde 13 de maio, cerca de 12 mil casos prováveis ou confirmados foram reportados em países e territórios europeus, 8% dos quais resultaram em hospitalização, não se tendo registado qualquer morte em consequência dessas infeções.
A nível mundial, o número de novos casos reportados semanalmente aumentou 48% na semana de 18 a 24 de julho em comparação com a semana anterior, totalizando 16.016 infeções pelo vírus Monkeypox em 75 países e cinco mortes este ano.
Segundo Hans Kluge, depois do OMS ter declarado o surto como uma emergência de saúde pública internacional, os países, quer tenham detetado casos ou não, devem “agora agir com urgência, aproveitando todas as oportunidades para antecipar, controlar e impedir a propagação de um vírus” do qual a própria organização reconhece que ainda tem muito para aprender.
“Embora reconheçamos incertezas sobre como este surto irá evoluir, temos de responder à epidemiologia que temos diante de nós, focando-nos no modo de transmissão mais dominante – contacto pele-a-pele durante encontros sexuais – e nos grupos com maior risco de infeção”, adiantou o responsável europeu da OMS.
A OMS declarou no sábado o surto de Monkeypox como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, o nível mais alto de alerta.
“Temos um surto que se está a espalhar rapidamente à volta do mundo, através de novos modos de transmissão, do qual sabemos muito pouco e que cumpre os critérios dos regulamentos internacionais de saúde”, adiantou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa, após a reunião do Comité de Emergência que avaliou a evolução da doença no mundo.
No mesmo dia, a Direção-Geral da Saúde (DGS) afirmou que Portugal já adotou as medidas fundamentais para responder à Monkeypox.
“Não implica muito mais do que aquilo que está a ser feito. Todas as medidas têm sido tomadas, mesmo sem essa declaração” de emergência de saúde pública de preocupação internacional decidida ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS), disse à Lusa a porta-voz da DGS para o surto em Portugal.
Apesar de Portugal ser um dos países do mundo mais afetados pela Monkeypox, em termos do número de casos diagnosticados, “não se pode dizer que estamos num crescimento exponencial nem nada que se pareça”, adiantou a médica Margarida Tavares.
“O que temos assistido é um número constante semanal e até com uma tendência ligeiramente decrescente”, destacou Margarida Tavares, que é também a diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção por VIH da DGS.
LUSA/HN
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