Violentos confrontos na capital da Líbia provocam sete mortos e 31 feridos

27 de Agosto 2022

Os confrontos entre milícias rivais na capital da Líbia, Trípoli, já provocaram, pelo menos, sete mortos e 31 feridos, alguns em estado crítico, anunciaram os serviços médicos, citados pela agência Efe.

As autoridades líbias pediram à população que não saia de casa, devido aos fortes combates com armas pesadas que se estão a espalhar em bairros residenciais entre grupos armados, em apoio a cada um dos governos paralelos que escolhem o poder na Líbia.

Os confrontos entre as forças de Haitham Tajouri, que apoiam o executivo de Fathi Bashagha – sedeado em Sirte -, e as de Imad Trabelsi, em defesa do chefe do Governo de Unidade Nacional (GUN), Abdulhamid Dbeiba – radicado em Tripoli -, desencadeou um novo episódio violento na noite passada, que incluiu os disparos de projéteis em áreas povoadas.

Fontes médicas anunciaram a morte do comediante líbio Mustafa Baraka, conhecido nas redes sociais, como resultado de confrontos durante uma transmissão ao vivo.

O porta-voz da emergência, Osama Ali, confirmou à Efe que várias áreas continuam sitiadas, como Bab Bin Ghashir, o que impede o acesso aos serviços médicos, que ativaram “alerta máximo” em todos os seus centros na capital e arredores.

O presidente da cidade, Ibrahim Al Shibl, denunciou uma situação “trágica” em vários bairros – especialmente em Bab Bin Ghashir, Jamhouria, Zawiya e Nasir, epicentros dos combates desta manhã – enquanto o Serviço de Ambulâncias e Emergências da Líbia pediu uma trégua para abrir corredores seguros na capital, refere a Europa Press.

Num comunicado divulgado pelo portal do Observador da Líbia, o Governo de Unidade Nacional lamentou todos os combates e confirmou o “fracasso das negociações de paz” com o governo paralelo de Bashaga depois de acusar este último de “optar pela violência”.

De igual modo, o governo de unidade líbio alertou para o aparecimento de “concentrações militares” desde a zona costeira a leste de Trípoli “para desestabilizar a segurança da cidade, numa tentativa miserável de ampliar o círculo de agressão contra a capital”.

Fontes do Líbia Observer precisaram que seriam milícias ligadas a Bashaga que avançaram desde a região de Warshafana e que agora estão envolvidas em novos combates contra as forças do governo de unidade em Janzour, no oeste da cidade.

Desde a designação, em fevereiro, pelo parlamento localizado na região este, que Bachagha tenta, sem sucesso, entrar em Tripoli, para estabelecer a sua autoridade, ameaçando ultimamente usar a força para o conseguir.

Ignora-se se os novos combates se enquadram numa tentativa deste ex-ministro do Interior para tomar o poder em Tripoli.

Bachagha é apoiado pelo poderoso marechal Khalifa Haftar, homem forte no este líbio, cujas forças tentaram conquistar a capital em 2019.

Dbeibah, por seu lado, anunciou que apenas entregará o poder a um Governo eleito.

As tensões entre grupos armados fiéis a um e a outro dirigente exacerbaram-se nos últimos meses em Tripoli. Em 22 de julho, os combates causaram 16 mortos e cerca de 50 feridos.

Na terça-feira, a ONU manifestou-se “profundamente preocupada” com as “mobilizações militares” e apelou para o apaziguamento imediato.

O Governo no poder em Tripoli foi formado no início de 2020, num processo acompanhado pela ONU, com a missão principal de organizar eleições em dezembro passado, mas que têm sido consecutivamente adiadas devido às fortes divergências.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Brasil declarado livre de febre aftosa sem vacinação

O Brasil, maior produtor e exportador mundial de carne bovina, foi declarado livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), anunciou hoje a associação patronal brasileira do setor.

Informação HealthNews: Ana Paula Martins será reconduzida no cargo

De acordo com diferentes fontes contactada pelo Healthnews, Ana Paula Martinis será reconduzida no cargo de Ministra da Saúde do XXV Governo constitucional, numa decisão que terá sido acolhida após discussão sobre se era comportável a manutenção da atual ministra no cargo, nos órgão internos da AD. Na corrida ao cargo, para além de Ana Paula Martins estava Ana Povo, atual Secretária de Estado da Saúde, que muitos consideravam ser a melhor opção de continuidade e Eurico Castro Alves, secretário de estado da Saúde do XX Governo Constitucional.

Auditorias da IGAS apontam fragilidades no combate à corrupção no SNS

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde realizou 14 auditorias a entidades do SNS desde 2023, que identificaram áreas críticas que exigem reforço nos mecanismos de controlo interno e prevenção da corrupção nas entidades auditadas, revela um relatório hoje divulgado

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights