Investigadores da FMUP propõem nova classificação internacional das varizes

31 de Agosto 2022

Doença é «persistente e progressiva», mas «frequentemente subestimada»

Um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) propõe uma classificação das varizes completamente inovadora a nível mundial.

De acordo com Armando Mansilha, professor da FMUP e especialista em Cirurgia Vascular, o objetivo é melhorar o tratamento e a abordagem das varizes, que constituem a doença venosa crónica mais comum e com um impacto muito significativo a nível da qualidade de vida dos doentes e dos custos em saúde.

“Esta nova classificação irá permitir estratificar as varizes, selecionar o tratamento mais adequado a doente e gerir os resultados do pós-operatório”, explica o coordenador deste trabalho, publicado na revista científica International Angiology.

Sublinhando que “as varizes são diferentes umas das outras”, o professor da FMUP espera que este seja um importante passo e um contributo decisivo para uma maior personalização da resposta a esta doença altamente prevalente, persistente e progressiva, mas tantas vezes subestimada e subtratada.

A proposta, cuja necessidade e aplicabilidade foi validada por um conjunto de peritos internacionais, visa integrar, pela primeira vez, as características clínicas/anatómicas observáveis e os resultados dos exames de imagem, nomeadamente do eco-doppler.

Como indica o mesmo estudo, os especialistas mundiais, sobretudo cirurgiões vasculares, reconhecem limitações nas classificações atuais e concordam com a necessidade de uma classificação mais abrangente para esta patologia.

Dor, sensação de pernas pesadas, inchaços, formigueiro ou dormência, cãibras, comichão, alterações na pele e até úlceras são alguns dos sinais e sintomas de varizes, um problema que se agrava no verão, com o tempo quente, ao final do dia e após estar muito tempo de pé.

O tratamento das varizes pode passar por uma série de intervenções, desde alterações do estilo de vida, controlo do peso, modificação de posições, uso de meias elásticas, administração de medicação venoativa e intervenções por escleroterapia ou cirurgia, nomeadamente cirurgia minimamente invasiva.

A atual proposta resulta de um projeto que junta investigadores da FMUP e da Universidade de Ferrara, em Itália, e que irá continuar nos próximos meses. Além de Armando Mansilha, assinam este artigo científico Joel Sousa, da FMUP, e Sergio Gianesini, da Universidade de Ferrara.

publicado em FMUP

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Casos de cólera em Angola aumentam para 422 e mortes para 24

Angola reportou, nas últimas 24 horas, mais 39 casos de cólera, totalizando 422, dos quais 80 declarados positivos, com mais dois óbitos confirmados, num total de 24, segundo o boletim informativo do Ministério da Saúde divulgado às 18:00.

UMinho desvenda segredos do cérebro sobre prazer e aversão

Investigadores da Universidade do Minho descobriram que neurónios D1 e D2 no núcleo accumbens trabalham em conjunto para processar estímulos positivos e negativos, contrariando a visão tradicional de que seriam rivais. O estudo, publicado na Nature Communications, oferece novas perspetivas sobre o sistema de recompensa cerebral.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights