Cerimónias fúnebres de Isabel II plenas de rituais históricos

18 de Setembro 2022

As cerimónias fúnebres da Rainha Isabel II na segunda-feira são as primeiras com honras de Estado no Reino Unido desde o funeral do antigo primeiro-ministro Winston Churchill em 1965, e cada momento e local tem um significado histórico e cerimonial. 

Estes são alguns dos elementos que vão marcar o funeral:

+++ Coroa, Orbe e Ceptro +++

Durante o período em câmara ardente, foram colocados no cimo da urna da Rainha a Coroa Imperial, a Esfera e o Ceptro reais.

Parte das joias da coroa, decorados com diamantes, safiras, esmeraldas, pérolas e rubis, representam não só o poder do monarca sobre o país, mas também o papel religioso como chefe da Igreja Anglicana. No final das cerimónias, os três objetos voltarão a ser guardados na Torre de Londres até à coroação do Rei Carlos III.

+++ Carruagem +++

A urna da rainha vai ser transportada numa carruagem que servia para carregar canhões e que em 1901 foi usada no funeral da Rainha Victoria. Foi reutilizada nos funerais de outros reis, como Eduardo VII e Jorge VI, bem como de Churchill. A última vez foi em 1979, para o funeral do tio do príncipe Filipe, Lord Mountbatten, morto num atentado do Exército Republicano Irlandês. Tradicionalmente, é puxada com cordas por 98 marinheiros.

+++ Cortejos +++

Entre o Palácio de Westminster e a Abadia de Westminster, após o funeral, no cortejo pelas ruas de Londres até ao Arco de Wellington, e na chegada ao Castelo de Windsor, a urna da rainha será acompanhada a pé pelo Rei Carlos III, irmãos, filhos, sobrinhos e outros membros da família real.

Na congregação seguem uma série de representantes oficiais das instituições britânicas civis e militares, envergando os uniformes de cerimónia incluindo espadas e condecorações.

Como a rainha era a Comandante-Chefe das Forças Armadas, participam também regimentos militares de todos os ramos e ainda algumas unidades representativas da Commonwealth como a Polícia Montada do Canadá. Durante os cortejos, normalmente são disparadas salvas de canhão e tocados sinos, nomeadamente o Big Ben em Westminster, em intervalos de um minuto.

+++ Abadia de Westminster +++

A Abadia de Westminster é a igreja onde se realizaram as coroações desde 1066 e inúmeras outras ocasiões reais, incluindo 16 casamentos reais. Isabel II foi coroada em 1953 e casou com o príncipe Filipe em 1947 neste edifício histórico. É também o local onde antes também se sepultavam monarcas. Desde 1760 que não recebia um serviço fúnebre de um monarca, embora o funeral da Rainha Mãe tenha sido ali realizado em 2002.

+++ Last Post +++

No final do serviço fúnebre vai ser tocado o “Last Post”, uma curta fanfarra de corneta que é associada a funerais militares ou homenagens a soldados mortos em combate.

+++ Arco Wellington +++

No final do serviço fúnebre na Abadia de Westminster, a urna de Isabel II vai sair em cortejo até ao Arco de Wellington, construído para celebrar a vitória da guerra de Waterloo sobre Napoleão em 1815. Naquele local será colocada num carro funerário para viajar até ao Castelo de Windsor.

+++ Castelo de Windsor +++

Uma das residências oficiais do monarca britânico, com origens que remontam ao século XI. Foi ali que a Rainha Isabel II se refugiou com o marido durante a pandemia de covid-19 e viveu nos últimos dois anos, aproveitando também a realização de obras no Palácio de Buckingham.

+++ Capela de São Jorge +++

A Capela de São Jorge no Castelo de Windsor data do século XVI e é uma igreja escolhida frequentemente pela família real para casamentos, batizados e funerais. Foi onde o príncipe Harry se casou com Meghan Markle e onde foi realizado o funeral do marido da rainha, o príncipe Filipe, em 2021. É também o local onde estão sepultados 10 monarcas britânicos, incluindo Henrique VIII e Carlos I, e respetivos familiares.

LUSA/HN

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