Grávidas com dificuldade em agendar exames importantes no hospital de Leiria

22 de Setembro 2022

Algumas grávidas estão com dificuldade em agendar a primeira consulta, que integra a realização da primeira ecografia e rastreio bioquímico, por falta de resposta do serviço de Obstetrícia do hospital de Leiria.

A denúncia foi feita por médicos de família que se depararam com recusas de agendamento. O Centro Hospitalar de Leiria confirmou as dificuldades pontuais.

O protocolo estipulado em Portugal prevê que os médicos de família encaminhem as grávidas, no primeiro trimestre, para o hospital, a fim de realizarem a primeira ecografia e o rastreio bioquímico, que contribuirá para a deteção precoce de eventuais malformações no feto, adiantou à Lusa um médico de família do concelho de Leiria.

No entanto, nem sempre os clínicos conseguem agendar a consulta das suas utentes. Numa das situações, o médico fez a referenciação de uma grávida de nove semanas, mas, quando entrou no sistema, o pedido foi recusado pelo Hospital de Santo André, em Leiria.

Para o médico, a situação torna-se mais “grave”, pela falta de resposta das instituições particulares com protocolo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), nas quais os tempos de espera para a realização de uma ecografia superam, muitas vezes, os três meses.

Além disso, alertou o clínico, “nem todas as pessoas têm capacidade financeira para realizar a ecografia por sua conta”.

Já no caso do rastreio bioquímico, o mesmo “não é comparticipado pelo SNS fora da rede pública, situação que também prejudica os mais desfavorecidos”.

“É fundamental a realização destes exames no primeiro trimestre de gravidez, uma vez que ajudam a detetar possíveis malformações no feto”, reforçou o médico.

O Centro Hospitalar de Leiria (CHL), que detém o Hospital de Santo André, confirmou que, “pontualmente, há dificuldade em responder a todos os pedidos de consulta de Obstetrícia referência do 1.º trimestre – protocolo I (consulta + ecografia + rastreio bioquímico) pelo envio tardio dos respetivos pedidos, ultrapassando a capacidade de resposta em tempo útil e considerando o período de gestação muito restrito para realização do rastreio (entre as 12 e as 13 semanas e seis dias)”.

O CHL informou ainda que o serviço tem “uma capacidade de 16 vagas por semana para a realização deste rastreio, sendo todas ocupadas”.

“Estamos a desenvolver esforços no sentido de aumentar a capacidade de resposta em causa”, rematou.

LUSA/HN

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