Intitulado “MicroRNAs derivados de vesículas extracelulares como mediadores da resistência ao tratamento em modelos ‘in vitro’ 3D esferoides de cancro da próstata”, o trabalho visa “mimetizar o comportamento de tumores resistentes à enzalutamida [fármaco usado no tratamento do cancro da próstata]”.
Com este projeto pretende-se “identificar microRNAs que circulam no interior de vesículas extracelulares associados à aquisição de resistência à enzalutamida, de modo a identificar biomarcadores de resistência e que possam ser usados durante o ‘follow-up’ dos doentes de cancro de próstata submetidos a este agente terapêutico, de modo a auxiliar a identificação precoce de aquisição de resistência clínica”.
Em declarações à Lusa, o presidente da LPCC-Norte disse que houve consenso na atribuição deste prémio.
Entre os 45 projetos a concurso, “foi difícil selecionar os melhores, mas foi por consenso que escolhemos o trabalho premiado”, da investigadora Ana Luísa Teixeira, que tem como instituição de acolhimento o Centro de Investigação do IPO-Porto, disse Vítor Veloso.
O anúncio e entrega do prémio decorreram no 4.º Encontro Nacional de Jovens Investigadores em Oncologia, no Porto, que pretendeu assinalar também o Dia Mundial da Investigação em Oncologia.
Participaram cerca de 120 investigadores “com trabalhos promissores no diagnóstico e tratamento do cancro, nomeadamente na área das nano partículas, biomarcadores e culturas 3 Ds (criação de mini órgãos)”, referiu.
Segundo Vítor Veloso, o apoio à investigação é primordial, porque é “o ponto de viragem no tratamento do cancro”.
Consciente disso, “a LPCC tem como objetivo potenciar o desenvolvimento de projetos inovadores com aplicabilidade clínica, permitindo avanços e melhorias na prevenção, no diagnóstico e mesmo no tratamento”, sublinhou.
Anualmente, o Núcleo Regional do Norte da LPCC investe 168 mil euros em bolsas de investigação.
Em declarações à Lusa, Vítor Veloso afirmou que “este é um investimento que, além de ser precioso para o país, tem tido um retorno muito grande”.
“Muitos dos bolseiros, que em 2021, foram contemplados, já tiveram vários prémios, porque os trabalhos eram extremamente bons e faziam falta”, disse, lamentando que “o Estado continue a disponibilizar quantias ridículas na ajuda aos investigadores, nomeadamente aos jovens investigadores”.
“Temos inúmeros investigadores portugueses no estrangeiro que, neste momento, não são só considerados bons, são chefes e diretores de laboratórios de grande prestígio internacional”, sublinhou.
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