PS da Guarda diz que maternidade “será para manter”, mas aguarda acesso a estudo

13 de Outubro 2022

A comissão política concelhia do Partido Socialista (PS) da Guarda afirmou hoje que a maternidade local “será para manter”, por ser a única com urgência obstétrica de um distrito vasto territorialmente, e criticou o presidente da Câmara

 

Em comunicado enviado à agência Lusa, o PS da Guarda observou, no entanto, que estando em causa um assunto “tão delicado como o do encerramento das urgências obstétricas” e para “evitar equívocos ou imprecisões”, irá aguardar pelo acesso ao relatório do Governo “por forma a se poder falar com conhecimento de causa”, embora adiantando, desde já, “alguns pontos independentes do teor de tal documento”.

No comunicado, o PS criticou a posição divulgada na quarta-feira pelo presidente da Câmara da Guarda – que disse ter pedido uma “reunião urgente” ao ministro da Saúde para debater o futuro da maternidade, tendo em conta que esta poderá encerrar, segundo um estudo divulgado nos últimos dias pela comunicação social.

“Não alinharemos em vozearias, como o sr. Presidente da Câmara Municipal da Guarda. Esse não é, nem será, o nosso ‘modus operandi’. Consideramos que essa atitude apenas revela total falta de ideias concretas para ações a tomar perante acontecimentos tão delicados, e de tão grande importância e sensibilidade, como os que têm fustigado a nossa região nos últimos meses”, sustentou a concelhia socialista.

“Exige-se ao Presidente da Câmara da Guarda intervenções com responsabilidade e não alarmismos sociais sem critério”, acrescentou.

Na nota, o PS da Guarda lembrou que o distrito “só tem uma maternidade com urgência obstétrica e esta será para manter”, já que serve um distrito “tão grande territorialmente que vai de Vila Nova de Foz Côa a Seia e ao Sabugal”.

“Não faria, de todo, nenhum sentido que estes concelhos deixassem de contar com um serviço de tal importância, acessível em menos de uma hora da sua área geográfica”, notaram.

Por outro lado, sustentaram os socialistas, as obras para a criação do Departamento da Mulher e da Criança, a decorrer no Hospital Sousa Martins, na Guarda, “são um compromisso do PS, tomado na pessoa do seu secretário-geral e primeiro-ministro [António Costa], que o anunciou em plena campanha, e conta com um investimento de cerca de nove milhões de euros.

“Não faz sentido qualquer retrocesso em tal investimento. Ao longo dos anos, a tendência é o Partido Socialista criar ou reabrir serviços no Interior, quando os demais partidos os fecham”.

“Não consideramos sequer que esta discussão tenha sentido num serviço que, nos últimos anos, denota um franco crescimento em número de profissionais e, consequentemente, um aumento da qualidade dos serviços prestados na saúde maternoinfantil”, sublinhou o PS da Guarda, advogando como “imperativa” a manutenção da maternidade “por forma a manter a coesão territorial”.

“É, e será, uma das bandeiras para o nosso território no que respeita à inversão da tendência demográfica, que temos e queremos potenciar”, enfatizou.

Na quarta-feira, em conferência de imprensa, o presidente da autarquia, Sérgio Costa, independente eleito pelo movimento Pela Guarda, disse ter pedido uma reunião de urgência ao ministro da Saúde, “para que, de uma vez por todas, esta situação [da maternidade] fique clarificada”.

O responsável, que teve conhecimento da eventual possibilidade de a Urgência Obstétrica do Hospital Sousa Martins da Guarda encerrar, através de alguns órgãos de informação que referem um estudo do Governo, disse que a população da Guarda e do distrito “não pode viver em constante sobressalto, à custa de uns quaisquer teóricos deste país, que andam a fazer estudos sem unicamente, ou simplesmente, falarem com um autarca da região”.

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Álvaro Santos Almeida: “Desafios globais da saúde na próxima década”

Álvaro Santos Almeida, Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde, destacou hoje, no Cascais International Health Forum 2025 os principais desafios globais da saúde para a próxima década, com ênfase no envelhecimento populacional, escassez de profissionais e a necessidade de maior eficiência no setor.

Boletim Polínico: um guia essencial para os doentes alérgicos

Elaborado pela Rede Portuguesa de Aerobiologia (RPA) – um serviço da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) para a comunidade – “o Boletim Polínico pode ajudar os doentes alérgicos a estarem mais atentos e alerta sobre as épocas de polinização das plantas a que são alérgicos e, como tal, tomarem as devidas precauções e seguirem os conselhos dos imunoalergologistas que os acompanham na gestão da doença”, refere Cláudia Penedos, da SPAIC.

Giovanni Viganò: “Itália como laboratório para inovar e implementar reformas no envelhecimento populacional”

Giovanni Viganó, consultor sénior e perito em políticas públicas no Programma Mattone Internazionale Salute (ProMIS), destacou no Cascais International Health Forum 2025 os desafios do envelhecimento populacional e a gestão de doenças crónicas, sublinhando a necessidade de políticas inovadoras e sustentáveis para garantir a viabilidade dos sistemas de saúde em países como Itália e Portugal.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights