Biotecnológica de Cantanhede recebe 2,5 ME da Europa para vacina multibacteriana

19 de Outubro 2022

A empresa de biotecnologia Immunethep, sediada em Cantanhede, recebeu 2,5 milhões de euros do Conselho Europeu da Inovação para os ensaios clínicos de uma vacina multibacteriana, num projeto cujo investimento pode ascender aos 17,5 milhões de euros.

A Immunethep “foi selecionada pelo Conselho Europeu de Inovação (EIC) para receber financiamento do seu programa EIC Accelerator”, anunciou ontem aquela ‘startup’ de Cantanhede, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

A empresa irá receber inicialmente um subsídio de 2,5 milhões de euros e é elegível para investimento de capital adicional do EIC Fund para um projeto que prevê um investimento global de 17,5 milhões de euros.

O apoio agora assegurado vai permitir avançar com a Paragon Novel Vaccine (PNV), desenvolvida por aquela biotecnológica, para a fase de ensaios clínicos em humanos, para avaliar “segurança, imunogenicidade e eficácia inicial” daquela vacina multibacteriana.

De acordo com a Immunethep, com este investimento, esta torna-se na “primeira empresa no mundo com uma vacina multibacteriana em ensaios clínicos, de acordo com o relatório de vacinas da OMS [Organização Mundial de Saúde] de 2021 com foco nos patógenos bacterianos prioritários para a OMS”.

Esta vacina, caso venha a ter êxito, poderá combater bactérias resistentes a antibióticos que estão associadas a “infeções hospitalares e que criam problemas gravíssimos à escala global”, disse à agência Lusa o cofundador e diretor executivo da Immunethep, Bruno Santos.

Segundo o responsável, o projeto prévio à fase de ensaios clínicos tinha terminado em 2019 e só agora foi possível obter financiamento, após a pandemia, momento em que a ‘startup’ também desenvolveu uma vacina contra a cCvid-19, que ainda aguarda apoios para ser testada.

Para os ensaios clínicos da vacina multibacteriana, a empresa já tem “negociações adiantadas com capitais de risco” para também investirem no projeto que terá uma duração de cerca de quatro anos.

“Este projeto vai-nos obrigar a duplicar a equipa para conseguir dar resposta a todas as atividades que teremos de fazer nos próximos anos”, salientou Bruno Santos.

A Immunethep foi criada em 2013, tendo como principal objetivo o desenvolvimento de imunoterapias antibacterianas para combater a resistência a antibióticos.

LUSA/HN

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