“No total, há 60 casos confirmados e 20 prováveis de Ébola, com 44 mortos e 25 pessoas recuperadas”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma conferência de imprensa.
O anterior relatório da OMS, publicado em 05 de outubro, registava 29 mortes.
Os números fornecidos pela agência das Nações Unidas incluem mortes entre pessoas confirmadas como portadoras do vírus, mas também entre casos suspeitos.
Os números publicados pelas autoridades de Kampala, por sua vez, referem unicamente as mortes entre os pacientes confirmados, e o anterior relatório oficial do Uganda, datado de 11 de outubro, era de 19 vítimas mortais.
“Continuamos preocupados em que possa haver mais cadeias de transmissão e mais contacto (com o vírus) do que sabemos nas comunidades afetadas”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O Presidente de Uganda, Yoweri Museveni, ordenou em 15 de outubro o confinamento de dois distritos no centro do país, no epicentro da atual epidemia de Ébola, com proibição de viagens, recolher obrigatório e encerramento de locais abertos ao público.
Museveni já havia ordenado que os curandeiros tradicionais deixassem de cuidar dos doentes, numa tentativa de conter a propagação do vírus, e que a polícia detivesse qualquer pessoa suspeita de ter contraído Ébola que se recusasse ser isolada.
As autoridades dizem que os casos estão concentrados nos distritos centrais de Mubende e Kassanda e o surto não chegou a Kampala, apesar de alguns testes positivos para o vírus na capital.
Estes dois casos positivos “aumentam os riscos de transmissão na cidade”, que tem 1,5 milhões de habitantes, sublinhou Tedros Ghebreyesus.
A transmissão humana é feita através de fluidos corporais, sendo os principais sintomas febre, vómitos, hemorragias e diarreia.
As pessoas infetadas só se tornam contagiosas a seguir ao início dos sintomas após um período de incubação que varia de dois a 21 dias.
As epidemias são difíceis de conter, especialmente em áreas urbanas.
Uganda passou por várias epidemias de Ébola, a anterior das quais foi em 2019.
Atualmente, não há vacina contra a variante conhecida como “cepa sudanesa”, referenciada no país.
A OMS anunciou em 12 de outubro que os ensaios clínicos de vacinas contra essa variante poderiam começar “nas próximas semanas” no Uganda.
LUSA/HN
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