Alenquer pede intervenção do Presidente da República devido à falta de médicos de família

26 de Novembro 2022

A Assembleia Municipal de Alenquer pediu esta sexta-feira a intervenção do Presidente da República para a “situação dramática” de falta de médicos de família neste concelho do distrito de Lisboa, numa moção aprovada por unanimidade.

A moção, e a respetiva carta, a que a agência Lusa teve acesso, foi apresentada pela CDU.

Na carta que os deputados municipais pretendem enviar a Marcelo Rebelo de Sousa é pedido que “exerça a sua influência junto do Governo” para que a situação que é “dramática” seja resolvida, já que “não vislumbram solução de curto prazo”.

Na missiva é referido que “um número bastante significativo da população” do concelho está sem médico de família e que a “situação só se vem agravando, desde há mais de 10 anos”.

Os utentes, é descrito, deslocam-se “de madrugada para a porta dos centros de saúde mendigando uma consulta de recurso ou a observação do exame entretanto feito”, mas “na maior parte das vezes não têm sucesso nestas diligências”.

A maior parte dos utentes sem médico “são reformados, pensionistas e idosos sem recursos para recorrerem à oferta de medicina privada”, além de cidadãos com baixos salários ou imigrantes, lê-se ainda na carta.

Na missiva é ainda referido que a extensão de saúde do Carregado, com 17 mil utentes, “está sem qualquer médico de família” desde outubro, o mesmo acontecendo “há mais de um ano” na extensão de Abrigada e Cabanas de Torres, onde há 4.300 utentes.

Já a extensão de saúde de Olhalvo, com 2.200 utentes, “vai deixar de ter qualquer médico no início do próximo ano, data em que se reforma o médico ali colocado”, é acrescentado.

De acordo com os dados disponíveis no ‘site’ oficial do Bilhete de Identidade dos Cuidados de Saúde Primários, na Unidade de Saúde Familiar Vila Presépio, a única existente em todo o Centro de Saúde de Alenquer, dos 12.822 utentes inscritos, 3.064 não têm médico atribuído, existindo seis clínicos colocados.

No Carregado, segundo os mesmos dados, todos os quase 13 mil utentes não têm médico.

Dos restantes 15.360 utentes espalhados pelas várias extensões do concelho, 9.910 também estão sem médico.

LUSA/HN

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